Política
2ª Caminhada Todos por Elas reforça combate à violência contra mulheres e feminicídios

A 2ª Caminhada TodosPorElas, que aconteceu neste sábado (31), no Parque das Nações em Campo Grande, reuniu representantes de todos os Poderes do Estado. Deputados e deputadas, além de lideranças femininas.
Desde a primeira-dama do Estado, Mônica Riedel, passando pela prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), até o senador Nelson Trad Filho (PSD), incluindo o deputado Rinaldo Modesto, a secretária-adjunta de Governo e Gestão Estratégica, Ana Carolina Nardes, o vereador Herculano Borges (SD) e a desembargadora Elizabeth Rosa Baisch, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), participaram da Caminhada que teve percurso de 4,5 km.
A desembargadora Jaceguara Dantas, idealizadora da campanha, contou como a ideia da caminhada surgiu. “Na verdade, essa iniciativa nasceu de uma indignação com relação ao elevado número de mortes de mulheres, mortes essas que poderiam ser evitadas. É um manifesto pacífico, mas sobretudo, um caminhar junto à sociedade de mãos dadas pra que nós possamos chamar atenção para essa pauta que é tão relevante: o elevado número de feminicídios na nossa capital e em nosso Estado”, explicou a magistrada.
“É preciso que ações como essa sejam realizadas para colocar em pauta essa temática, chamar a atenção da sociedade, dar uma visibilidade maior para a importância de se combater efetivamente esse crime em nosso Estado. A caminhada, na verdade, busca de chamar a atenção e dizer a todos que nós queremos viver, as mulheres querem o direito de viver em uma sociedade que possa respeitá-las, que elas possam ter igualdade de gênero e estarem em condições de vivenciar uma sociedade melhor”, continuou a desembargardora Jaceguara Dantas.
Representando o Governo do Estado, a secretária de Estado de Cidadania (SEC), Viviane Luiza, deixou um recado para quem participou da caminhada. “A mudança do comportamento depende dessa educação que é dada em casa, a gente está falando do machismo estrutural, do patriarcado, e para que a gente mude essa cultura, nós precisamos educar os nossos meninos, ensinando a eles que o melhor caminho realmente é o amor, o respeito, e entender que a mulher tem todo o direito, e a igualdade entre gêneros deve ser respeitada. A sociedade deve se unir aos três Poderes no enfrentamento à violência contra o gênero, nós não vamos mudar essa realidade”, considerou.
O diretor da Unidade de Monitoramento da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Luiz Fernando Melão, participou com toda a sua famíia da ação. “Eu acho que esse movimento é para todos, como o nome ‘Todos por Elas’. A gente tem que conscientizar, eu vim com a minha filha de 12 anos, meu filho de 9, porque acho que é um movimento que tem que nascer nas crianças, porque nós buscamos dar o exemplo, as crianças são os adultos do futuro. Nada melhor que trazermos eles para ver o engajamento das pessoas envolvidas com o tema, tão importante para a sociedade, que tem vitimado várias mulheres. Os homens tem um pape primordial em dar esse apoio, já que são, infelizmente, vistos como agressores. Nós temos o papel importante para essa mudança, devemos que ter o respeito por elas”, definiu.
O número de inscritos neste ano para a caminhada superou o do ano passado, em sua primeira edição. Em prol de um objetivo comum, a solidariedade reuniu todos os participantes contra a violência de gênero e pelo fomento às políticas públicas de proteção às mulheres.
Ali, assim como na largada, estavam na chegada representantes de diversas entidades, instituições públicas, movimentos sociais e coletivos feministas. Quem estava trabalhando também participou da caminhada. Bombeiros civis e miitares, policiais militares uniram-se a todos carregando dentro de si o mesmo sentimento no coração que bate para que nenhuma mulher a mais perca e a vida em Mato Grosso do Sul, nem seja violentada por seu gênero.
Dois momentos marcaram o fim da tarde deste sábado, foi feito um minuto de silêncio pelas vidas perdidas até agora, só em 2025, foram 14 feminicídios. A outra dinâmica sugeria que os homens se colocassem a frente, um passo, em respeito às mulheres. Também foi anunciada nova ação no dia 12 de julho, no bairro Moreninhas, para a conscientização da sociedade.