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Efeito Trump derruba boi gordo para R$ 300/@, com reais chances de mais quedas

Ao longo de julho/25, a retração nos preços do boi gordo, que bateram R$ 300/@ nas praças de SP, MS, MT e PR, reflete uma combinação adversa de fatores: o aumento expressivo na oferta de animais terminados, provenientes tanto de confinamentos quanto de parcerias, e o impacto antecipado da tarifa adicional (+50%) imposta pelos EUA, relatam os analistas da Agrifatto.
Confira as cotações dos animais terminados, apurados no dia 17/7 pela Agrifatto:
SÃO PAULO: Boi comum: R$300,00 a arroba. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00 Novilha: R$285,00 Escalas de abates de dez dias.
PARANÁ: Boi: R$300,00 por arroba. Vaca: R$275,00. Novilha: R$285,00. Escalas de abate de oito dias.
MATO GROSSO DO SUL: Boi Comum: R$300,00. Boi China: R$300,00. Média: R$300,00. Vaca: R$275,00. Novilha R$285,00. Escalas de nove dias.
TOCANTINS e PARÁ: Boi comum: R$275,00 a arroba. Boi China: R$285,00. Média: R$280,00. Vaca: R$255,00. Novilha: R$260,00. Escalas de abate de oito dias.
GOIÁS: Boi comum: R$280,00 a arroba. Boi China/Europa: R$290,00. Média: R$285,00. Vaca: R$265,00. Novilha: R$270,00. Escalas de abate de oito dias.
RONDÔNIA: Boi: R$265,00 a arroba. Vaca: R$245,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de dez dias.
MARANHÃO: Boi: R$270,00 por arroba. Vaca: R$245,00. Novilha: R$255,00. Escalas de abate de sete dias.
“Esse contexto intensificou a pressão de baixa sobre as cotações”, ressalta a consultoria, que destaca os recuos graduais nos preços da arroba sobretudo nos quatro Estados citados acima.
Na avaliação da Scot Consultoria, com os temores gerados pelas ameaças de novas tarifas norte-americanas, os pecuaristas ofertaram mais bovinos e os frigoríficos brasileiros aproveitam o momento para fechar compras mais atrativas.
“Se na semana passada a maior parte dos compradores permaneceu fora do mercado, agora estão ativos, aproveitando o momento do mercado”, reforçam os analistas da Scot.
Para as fêmeas, os preços recuaram R$ 2/@ no Estado de São Paulo, para R$ 273/@ (vaca gorda) e R$ 283/@ (novilha).
Na visão da Agrifatto, “apesar dos esforços do governo e das entidades representativas do setor em busca de soluções, a expectativa para o curto prazo é de continuidade desse movimento de quedas graduais nos preços do boi gordo na maioria dos Estados, ao menos até a última semana de julho/25”.
Nesta quinta-feira, pelo levantamento da Agrifatto, o boi “comum” abatido em SP caiu para R$ 300/@, enquanto o “boi-China é negociado pelo mesmo valor – ou seja, sem ágio.
Nas outras 16 regiões brasileiras acompanhadas diariamente pela consultoria, o valor médio do animal terminado recuou para R$ 285,95/@.
“Das 17 praças monitoradas, 3 registraram queda nas cotações: SP, PA e TO; nas outras 14 regiões monitoradas, os preços ficaram estáveis nesta quinta-feira”, detalha a Agrifatto.
Segundo os analistas da consultoria, as plantas frigoríficas, especialmente as unidades voltadas ao mercado interno, observaram um incremento na oferta de boiadas gordas a partir de segunda-feira (15/7), o que ampliou as escalas de abate das indústrias em um a dois dias, atualmente situadas entre nove e dez dias, na média nacional.
No mercado futuro, os contratos do boi gordo recuaram novamente na sessão de quarta-feira (16/7) da B3 – foi a terceira queda consecutiva.
O papel com vencimento em outubro/25 encerrou o pregão cotado a R$ 311,90/@, com retração de 1,87% em relação ao fechamento anterior.