Campo Grande foi palco, pela primeira vez fora de Brasília, do “Elas Governam – Lideranças femininas na gestão do orçamento e das finanças públicas”, encontro nacional promovido pela Comissão Permanente de Prefeitas da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP). O evento reuniu, durante as comemorações dos 126 anos da Capital, prefeitas, secretárias municipais de Fazenda e gestoras de políticas para mulheres de diversas regiões do país, com o objetivo de promover a troca de experiências e discutir soluções inovadoras para a gestão fiscal e orçamentária sob a ótica da liderança feminina.
O Sebrae foi um dos apoiadores da iniciativa, por entender o empreendedorismo feminino como estratégia de autonomia econômica e desenvolvimento local, bem como, a importância de incentivar políticas públicas na área. “O empreendedorismo feminino é comprovadamente uma poderosa ferramenta de autonomia financeira para as mulheres e é baseado nisso que o Sebrae apoia o empreendedorismo feminino há mais de 15 anos em Mato Grosso do Sul, com projetos específicos. Além disso, é fundamental que as lideranças públicas estejam de fato conectadas com políticas que promovam um ambiente favorável ao empreendedorismo feminino”, destaca a diretora-técnica do Sebrae/MS, Sandra Amarilha.
Sandra Amarilha, Diretora-técnica do Sebrae/MS, destaca a importância da conexão de lideranças públicas com a políticaAnfitriã do evento, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, ressaltou a importância do protagonismo feminino na gestão pública, eixo central da programação. “É uma honra receber pela primeira vez, em Campo Grande, um evento nacional de prefeitas. Este encontro, que antes acontecia apenas em Brasília, é histórico para a nossa cidade, especialmente por reunir gestoras públicas de todo o país para discutir um tema de grande relevância: o orçamento financeiro. Geralmente, em espaços de liderança feminina, o foco acaba sendo em violência ou pautas de gênero, mas hoje mostramos que as mulheres também têm competência para debater gestão fiscal e propor soluções concretas para os municípios”.
“A importância desse evento é enorme, porque é a primeira vez que uma reunião de prefeitas em nível nacional é realizada fora de Brasília pela Frente Nacional de Prefeitos. Sempre aconteceu na capital federal e, agora, conseguimos trazer para Campo Grande, o que coloca nossa cidade em evidência no cenário nacional e destaca a relevância da pauta de finanças e das políticas de gênero, complementa a secretária-executiva da Mulher de Campo Grande, Ana Angélica Fontanari.
Apesar de representarem mais da metade da população brasileira, as mulheres governam apenas 13% das cidades. Das 5.569 prefeituras existentes, somente 727 são lideradas por prefeitas. Nesse cenário, o encontro buscou fortalecer a presença das mulheres na política e ampliar a governança feminina nos municípios. Na ocasião, a presidente da Comissão de Prefeitas da FNP, Márcia Conrado, prefeita de Serra Talhada (PE), detalhou a importância do trabalho da entidade para fomentar espaços de liderança para as mulheres.
“A Comissão de Prefeitas é um espaço estratégico para debatermos políticas, liderança e experiências, transformando ideias em ações concretas que fortalecem o protagonismo feminino. Tenho certeza de que o ‘Elas Governam’ será um sucesso e que a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos vai nos garantir a liderança necessária para que possamos não apenas falar das desigualdades, mas também mostrar nosso potencial e nossa capacidade de liderança”, declarou a presidente.
A secretária da Fazenda de Florianópolis e presidente da Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (ABRASF), Michele Roncalio, ressaltou a importância de inserir a pauta econômica no encontro. “Trazer o debate sobre finanças públicas a um espaço de liderança feminina amplia a visão sobre o papel das gestoras e fortalece a atuação das prefeitas frente aos desafios da gestão”, afirmou. Segundo ela, o equilíbrio das contas públicas diante de demandas como saúde, educação e segurança exige planejamento e responsabilidade. “Captar recursos para políticas públicas essenciais também significa proteger comunidades vulneráveis”, completou.
