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02 de Outubro de 2025

agronegócio

Demanda por biodiesel impulsiona óleo de soja e altera dinâmica do complexo soja

Crescimento da produção de biodiesel pressiona mercado de óleo vegetal, afetando preços e a dinâmica de soja, farelo e derivados no Brasil

O mercado brasileiro de soja registra uma mudança inédita na composição da rentabilidade da indústria de esmagamento, com o óleo de soja ganhando protagonismo frente ao farelo. Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, essa alteração reflete tanto a demanda por biodiesel quanto mudanças na concorrência internacional.

Na última semana, o óleo de soja respondeu por 50,3% do “crush margin” da indústria paulista, superando os 49,7% do farelo, tradicionalmente o principal derivado. O indicador avalia a margem de lucro do esmagamento da soja considerando preços do grão, do farelo e do óleo.

A inversão se deve à queda mais intensa nos preços da soja em grão e do farelo, enquanto o óleo manteve valores mais estáveis, sustentado pela forte demanda do setor de biodiesel. Para analistas do Cepea, trata-se de uma movimentação inédita no histórico do setor, indicando alterações potenciais na dinâmica de mercado.

O aumento da produção de biodiesel no Brasil e nos Estados Unidos tem sido decisivo para a valorização do óleo de soja. No mercado interno, a obrigatoriedade de misturas de biodiesel ao diesel fóssil e a expectativa de expansão desse percentual nos próximos anos elevam a procura.

Nos EUA, políticas de incentivo à descarbonização e metas de energias renováveis também ampliam o consumo de óleos vegetais, refletindo na precificação global. A continuidade dessa demanda energética é considerada um fator estratégico para o comportamento dos preços do óleo.

Enquanto o óleo se mantém firme, o restante do complexo soja enfrenta cenário desafiador. A entrada da safra 2025/26 dos EUA aumenta a oferta internacional, pressionando preços. Além disso, a Argentina, terceiro maior exportador mundial de soja, concedeu isenção temporária das “retenciones” — impostos sobre commodities — tornando seus produtos mais competitivos no mercado global.

Essa mudança aumenta a pressão sobre os preços da soja e do farelo no Brasil, obrigando produtores e indústrias a reavaliar estratégias comerciais e planejamento da próxima safra.

A inversão na margem industrial alerta para uma possível reconfiguração no setor de soja. Apesar de ainda ser cedo para definir uma tendência permanente, o cenário revela a importância da demanda por biodiesel e das políticas internacionais, especialmente da Argentina, como fatores determinantes para os próximos meses.

Produtores, cooperativas e indústrias devem monitorar de perto esses movimentos para ajustar preços, estoques e estratégias de comercialização.

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