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Documento sobre pecuária preparado pela Embrapa e concebido em Campo Grande será levado à COP30

O material teve a primeira versão apresentada no Fórum Pré-COP30, que ocorreu no início deste ano em Campo Grande (MS).
Desde março, especialistas da Embrapa, de várias áreas do conhecimento, constroem um documento de posicionamento sobre a pecuária tropical brasileira. O material teve a primeira versão apresentada no Fórum Pré-COP30, que ocorreu em Campo Grande (MS), no início do ano. Agora, às portas da COP30, o paper está nos últimos ajustes.
Após essa primeira versão, as sugestões enviadas pelos delegados presentes no evento foram incorporadas ao trabalho. Em meados de setembro, o documento passou por um novo refinamento das visões e linguagem, durante um workshop realizado em Campinas (SP).

Com auxílio de uma empresa de facilitação, a Link Rural, a equipe alinhou objetivos, público-alvo, mensagens-chave e outros tópicos, com o intuito de tornar o material mais efetivo, assertivo e claro.
Uma das organizadoras da iniciativa, a pesquisadora Mariana Aragão (Embrapa Gado de Corte), explica que o grupo de trabalho (GT) compartilha da visão de que a pecuária, se bem feita no País, pode ser parte da solução, com potencial para contribuir com a redução das emissões ao incorporar tecnologias, e com espaço para reduzir o impacto ambiental e, ao mesmo tempo, gerar emprego, renda e segurança alimentar.
“O mote do documento é mostrar que a pecuária tropical é diferente da pecuária praticada em clima temperado, especialmente no norte global”, resume a pesquisadora em Economia Rural. O paper é baseado em Ciência e trará a sustentabilidade da produção de carne bovina brasileira, sendo “esse posicionamento fundamental, pois vai ao encontro de temas que muitas vezes são sensíveis nos debates sobre clima, que é o caso da COP, e que precisam ter a luz da ciência”, ratifica Gustavo Spadotti, chefe-geral da Embrapa Territorial (Campinas, SP).
Presente nessa etapa, o pesquisador Roberto Giolo (MS) revela o quão foi trabalhosa a fase atual. De fato, Aragão comenta que cada palavra e conceito foram analisados, em busca de um refinamento a fim de levar a informação robusta, concisa e coesa aos participantes da COP 30, que tiveram acesso ao material.
Para a COP 30, Spadotti espera que estratégias de financiamento para soluções tecnológicas sustentáveis e boas práticas sejam apresentadas, de forma a democratizá-las em diferentes territórios e mais pecuaristas sejam incluídos. Ele e Aragão reforçam que não é mais o momento de críticas vazias ou subjetivas.
A estratégia de apresentação do documento está sendo pensada, enquanto é traduzido para o inglês. O GT é formado pelos especialistas Aragão, Spadotti, Giolo, Alexandre Berndt, Carlos Roberto Padovani, Gustavo Mozzer, Judson Valentim, Julio Cesar dos Reis, Luciano Lopes, Manuel Macedo, Moacyr Dias Filho, Rafael Tonucci, Salete Moraes, Sergio Raposo, Teresa Cristina Genro, Thierry Tomich, Urbano Gomes e Vanessa de Paula.