No polo Asprela I, localizado na Rua Alfredo Allen, foi possível conhecer de perto o modelo de transferência de conhecimento desenvolvido pela instituição, que reúne startups de base tecnológica, centros de inovação e grandes empresas em interação direta com a comunidade científica. Desde 2007, a UPTEC já apoiou mais de 630 projetos empresariais e abriga atualmente mais de 200 empresas nacionais e internacionais distribuídas em três centros de atuação: tecnologias e ciências (Asprela), indústrias criativas (Baixa) e economia do mar (Mar).
Além da infraestrutura, os projetos instalados recebem apoio para desenvolvimento de negócios e acesso a redes globais de crescimento, configurando um ambiente dinâmico de empreendedorismo, inovação aberta e cooperação internacional. De acordo com Maria de Oliveira, diretora de negócios da UPTEC, esse ecossistema é sustentado por uma mentalidade local voltada para os negócios.
“O Porto tem uma cultura empreendedora muito forte, muito por conta da nossa origem industrial e da tradição familiar nos negócios. Isso cria uma mentalidade mais aberta ao risco e com menos medo de falhar. Nos últimos anos, essa postura tem atraído cada vez mais investimento externo e profissionais que se instalam aqui para inovar. Hoje, embora Lisboa ainda concentre o maior número de iniciativas, o Porto se destaca por ser mais intensivo em tecnologia e deep tech, consolidando-se como um dos principais hubs de startups em Portugal”, afirmou.
A experiência despertou reflexões também sobre o cenário brasileiro. Para Camila Ítavo, reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e conselheira do Sebrae/MS, o modelo observado na UPTEC reforça a importância de ampliar a integração entre universidades, setor produtivo e instituições de apoio ao empreendedorismo no Brasil.
“Para empreender bem, é preciso ter um ecossistema forte. Quando iniciativa privada, Sebrae e universidades atuam de forma conectada na formulação de ideias, no desenvolvimento de novos produtos e negócios, criamos um ambiente propício para o crescimento. Esta vivência, proporcionada pelo Sebrae com a participação das empresárias e o apoio da UFMS, certamente trará novas oportunidades e resultados para Mato Grosso do Sul”, destacou.
A UFMS tem atuado em diversas frentes para impulsionar a internacionalização, com ações como a criação de agências de fomento, concessão de bolsas de mobilidade acadêmica, apoio a projetos de pesquisa e incentivo ao empreendedorismo voltado para o mercado global.
O aprendizado observado na UPTEC reforçou também o papel das instituições como catalisadoras desse movimento. Para Sandra Amarilha, diretora-técnica do Sebrae/MS, fortalecer conexões é parte essencial dessa estratégia. “Este ambiente deixa claro que inovação não acontece isoladamente: ela nasce quando universidade, empresas e instituições de apoio caminham juntas. É justamente esse o papel do Sebrae, ser o elo entre todos os atores, para levar inovação para os pequenos negócios. A visita à UPTEC reforça que estamos no caminho certo”, disse Amarilha.
Sobre a Missão Internacional para Mulheres em Portugal
Promovida pelo Sebrae/MS entre os dias 11 e 17 de outubro, a Missão Internacional para Mulheres em Portugal reúne empreendedoras e lideranças com o objetivo de fortalecer o protagonismo feminino no comércio exterior, ampliar oportunidades de negócios e estreitar os laços comerciais entre Brasil e Portugal. A agenda inclui encontros com a Embaixada do Brasil em Lisboa, visitas a escolas de negócios, universidades e instituições como a Casa Brasil (ApexBrasil), além de painéis com empresárias portuguesas, apresentações de produtos e eventos culturais.