agronegócio
Pedidos de recuperação judicial de empresas do agro cresceu mais de 300% em 2024
O agronegócio brasileiro vive uma onda de pedidos de recuperação judicial sem precedentes. Segundo levantamento da Serasa Experian, o número de empresas do agro que recorreram à Justiça para renegociar dívidas cresceu mais de 300% em 2024, impulsionado por juros altos, retração no preço das commodities, seca e inadimplência crescente. Somente em 2025, grandes grupos de proteína animal, cooperativas e tradings agrícolas já ingressaram com pedidos semelhantes.
A escalada preocupa bancos, fundos de investimento e fornecedores de insumos, que agora endurecem prazos e exigem garantias reais antes de liberar crédito ao setor. Especialistas alertam que o aumento das recuperações pode desequilibrar cadeias produtivas inteiras, especialmente em regiões onde um frigorífico ou cerealista concentra grande parte das compras de produtores locais.
Quando uma empresa entra com pedido de recuperação judicial, o efeito dominó atinge pecuaristas, transportadores, prestadores de serviço e até o comércio da cidade. Durante o período de recuperação, pagamentos podem ser suspensos, reprogramados ou sofrer descontos, conforme decisão judicial.
Balbinos
Enquanto tenta se reorganizar, o frigorífico Balbinos alega que quer manter empregos e preservar a cadeia produtiva, mas o cenário exige cautela redobrada. A recomendação é clara: nenhuma nova entrega de gado deve ser feita sem garantias contratuais firmes e registro formal de crédito. Apesar da paralisação, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Aves (Sindaves) comunicou aos funcionários que o frigorífico tem previsão de retomar as operações no dia 6 de novembro. Até o momento, a direção do Balbinos Agroindustrial não se pronunciou.

