Economia
Indústria não investe na inovação e setor reclama do alto custo da energia na conta de luz
O diretor de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Roberto Muniz, alertou que os impostos e encargos que pesam sobre o setor elétrico e encarecem a conta de luz tornam a indústria brasileira menos competitiva. “Dos temas que tratamos de infraestrutura na CNI esse é o que tem o impacto mais direto na planilha da indústria”, enfatizou Muniz.
“O que está em jogo é a hegemonia industrial. O atual modelo do setor elétrico tem apresentado claros sinais de esgotamento e o custo da energia tem crescido, sistematicamente, acima da inflação”, pontuou Muniz. Ele destacou que, em média, mais de 45% do valor da conta de luz é composto por encargos e tributos.
Falta Inovação
No entanto, a CNI não cita as inovações que podem moldar o mercado de energia e que estão centradas em descarbonização, descentralização e digitalização. Essas tendências não apenas podem transformar a maneira como é gerada e consumida a energia, como também promover um ambiente mais sustentável, eficiente e adaptável às necessidades dos consumidores e às demandas ambientais globais. O futuro do setor elétrico será dinâmico e orientado pela busca por sustentabilidade e inovação.
Se a indústria não investir no formato energético de suas plantas, a competitividade da produção vai continuar sendo impactada e dependente de Políticas Públicas do Governo Federal que insistem no aumento de impostos para o setor.
Vale ressaltar que as micro e pequenas indústrias representam a vasta maioria do setor industrial em Mato Grosso do Sul, correspondendo a mais de 90% do total de estabelecimentos, a maioria com 2 ou mais trabalhadores e/ou trabalhadoras e sem condições de investimentos em inovação energética.
Com exceção das atividades da bioeconomia (sucroenegética), papel e celulose e agroflorestal – que podem ser enquadradas na denominada Indústria 4.0 – as demais sobrevivem com planilhas no limite entre receitas, despesas, incluindo aqui a alta carga de impostos.
Confira as ações que podem reduzir o custo com energia da indústria:
Descarbonização
A transição para uma economia de baixo carbono é uma prioridade mundial. A energia solar lidera esse movimento, representando 92% dos novos projetos. O investimento em fontes renováveis não só diminui a pegada de carbono, mas também fortalece a segurança energética do país, tornando-o menos dependente de combustíveis fósseis e mais resiliente a crises energéticas globais.
Descentralização
A descentralização do setor elétrico dará aos consumidores um papel mais ativo na geração e no consumo de energia. Com a popularização de tecnologias como painéis solares e veículos elétricos, os consumidores poderão não apenas produzir sua própria eletricidade, mas também vender o excedente, transformando-se em “prosumidores”. A expectativa é que até o final deste ano, mais de 27 mil empresas migrem para o mercado livre de energia, onde terão liberdade para escolher fornecedores e negociar tarifas.
Digitalização
A implementação de redes inteligentes e medidores bidirecionais permitirá que os consumidores acompanhem seu consumo de energia em tempo real, ajustando seus hábitos de forma eficiente para economizar. Aplicativos inteligentes fornecerão insights sobre o uso de eletricidade, ajudando a otimizar custos e tornando o consumo mais consciente. Além disso, as comercializadoras de energia estão investindo em novas tecnologias que aprimoram a experiência do cliente e reduzem custos operacionais, melhorando a eficiência de todo o setor.

