Economia
Desempenho e finanças da pequena indústria pioram no 3º trimestre de 2025, revela CNI
																								
												
												
											O desempenho e as finanças das pequenas indústrias pioraram no 3º trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o que mostra o Panorama da Pequena Indústria (PPI), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta segunda-feira (3).
Entre julho e setembro deste ano, o índice de desempenho das pequenas indústrias registrou uma média de 46,3 pontos, contra média de 47,5 pontos entre julho e setembro de 2024. Para calcular o índice, a CNI considera volume de produção, utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual e evolução do número de empregados.
As condições financeiras das empresas industriais de pequeno porte também foram menos favoráveis. O índice de situação financeira do segmento foi de 41,1 pontos no 3º trimestre deste ano, abaixo dos 42,8 pontos registrados no 3º trimestre do ano passado. O indicador vai de 0 a 100 pontos e leva em conta a satisfação dos empresários com a margem de lucro operacional e situação financeira dos negócios, além da avaliação sobre a facilidade de acesso ao crédito. Quanto maior o índice, melhor é a situação financeira das empresas.
Segundo Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI, a carga de juros elevados é a principal responsável pelo cenário negativo da pequena indústria. “Os juros altos afetam os pequenos industriais de várias maneiras. Por um lado, dificultam o acesso ao crédito. Por outro, enfraquecem a demanda do mercado consumidor interno”, explica.
Carga tributária e juros altos lideram ranking de principais problemas
Segundo os empresários, os cinco principais problemas enfrentados pela indústria de transformação no 3º trimestre foram:
- Elevada carga tributária (40,6%);
 - Taxa de juros elevada (27%);
 - Demanda interna insuficiente (26,4%);
 - Falta ou alto custo de trabalhador qualificado (26,1%);
 - Competição desleal (informalidade, contrabando etc.) (23,8%).
 
Para os empresários da indústria da construção, as cinco maiores preocupações do setor foram:
- Elevada carga tributária (41%);
 - Taxa de juros elevada (35,9%);
 - Burocracia excessiva (23,1%);
 - Falta ou alto custo de mão de obra não qualificada (22,2%);
 - Falta ou alto custo de trabalhador qualificado (21,4%).
 
Para a pergunta relativa aos principais problemas, os empresários puderam escolher até três respostas, razão pela qual a soma dos percentuais excede 100%.
Empresários continuam sem confiança e pessimistas
O início do 4º trimestre também não traz boas notícias para a pequena indústria. Em outubro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das empresas de pequeno porte ficou em 46,7 pontos. Foi o 11º mês consecutivo em que o indicador ficou abaixo dos 50 pontos, apontando falta de confiança desses industriais. O resultado contrasta com o registrado em outubro do ano passado, quando o ICEI da pequena indústria registrava 51,9 pontos, patamar que refletia confiança dos empresários.
Já o índice de perspectivas das indústrias de pequeno porte, que captura as expectativas desses empresários para os próximos seis meses, fechou outubro em 46,8 pontos. No mesmo mês do ano passado, o indicador havia registrado 49,8 pontos. Vale lembrar que o índice de perspectivas é uma ponderação das expectativas dos empresários para o nível de atividade, emprego e investimento em seus negócios.

