agronegócio
Granizo atinge cerca de 2 mil hectares de soja em Mato Grosso do Sul
Cerca de 2 mil hectares de lavouras de soja, localizados nos municípios de Rio Brilhante e Dourados, na região Sul de Mato Grosso do Sul, foram atingidos por chuvas de granizo entre o domingo, 2 e a quarta-feira, 5. De acordo com a apuração visual da equipe técnica da Aprosoja/MS, as áreas afetadas estavam entre os estádios fenológicos V1 e V3, marcados pela presença do primeiro nó e folhas unifoliadas desenvolvidas, e terceiro nó e segunda folha trifoliada desenvolvida, respectivamente.
Os danos foram considerados pontuais. Embora algumas áreas precisem ser replantadas, o potencial produtivo das lavouras não foi comprometido, já que a maior parte das lavouras apresenta boa capacidade de recuperação e o período ainda está dentro da janela ideal de semeadura.
“Plantamos uma cultivar mais ligeira. Nós já fizemos uma aplicação foliar pra ajudar na recuperação. O custo pra fazer o replantio é bem caro, tem o operacional, tem a sementes, então acaba saindo bem caro”, relatou Rafael dos Santos, gerente de uma das fazendas atingidas, em Rio Brilhante. A Aprosoja/MS segue com o monitoramento das regiões para avaliar os danos do granizo e dimensionar as áreas de replantio.
Expectativa safra 25/26
Conforme o histórico de safras, para o ciclo 25/26 a expectativa é de que a área cultivada seja de 4,79 milhões de hectares, crescimento de 5,9% frente ao ano anterior, com produtividade média de 52,8 sacas por hectare e produção de 15,2 milhões de toneladas.
Plantio no Brasil
O plantio da safra 2025/26 de soja alcançou 71% da área estimada no Brasil até a última quinta-feira (13), segundo levantamento da AgRural. O índice representa um avanço de 10 pontos percentuais em relação à semana anterior, mas ainda está abaixo dos 80% registrados no mesmo período de 2024.
As chuvas irregulares em partes do Centro-Oeste e da região do Matopiba (que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) têm limitado o ritmo dos trabalhos no campo. Mesmo com as instabilidades climáticas, produtores mantêm o cronograma de plantio, confiando na previsão de maior regularidade das precipitações nas próximas semanas.
Centro-Oeste e Matopiba enfrentam desafios climáticos
As variações no regime de chuvas seguem sendo o principal desafio para os produtores do Centro-Oeste e do Matopiba. Em algumas áreas, a falta de umidade no solo dificulta a germinação das sementes, enquanto em outras regiões as pancadas isoladas favorecem o avanço da semeadura.
De acordo com a AgRural, a atenção agora se volta para o comportamento climático nas próximas duas semanas — período considerado decisivo para garantir o desenvolvimento inicial das lavouras e evitar replantios.
No Sul do Brasil, o cenário é oposto: a excessiva umidade do solo ainda impede maior ritmo no plantio. Estados como Paraná e Rio Grande do Sul registram áreas com excesso de chuvas, o que tem dificultado o acesso às lavouras e atrasado a entrada de maquinário. Mesmo com as dificuldades, as condições climáticas tendem a melhorar gradualmente, permitindo que a semeadura avance com mais consistência até o final de novembro.
Plantio do milho verão também ganha ritmo no Centro-Sul
Paralelamente, o plantio do milho verão 2025/26 chegou a 85% da área prevista para o Centro-Sul do país, ante 72% na semana anterior e 87% no mesmo período do ano passado, conforme dados da AgRural.
O avanço mais expressivo foi registrado em São Paulo e Minas Gerais, onde as condições de umidade favoreceram o ritmo de trabalho. Em contrapartida, Goiás ainda apresenta atrasos por conta das chuvas irregulares e da prioridade dos produtores com o plantio da soja.
Perspectivas para o campo
A expectativa é que, com o retorno gradual das chuvas, o ritmo de plantio da soja se aproxime da média histórica até o final de novembro. No entanto, especialistas alertam que a distribuição irregular das precipitações ainda pode trazer impactos sobre o desenvolvimento inicial das lavouras e, consequentemente, sobre a produtividade da safra 2025/26.

