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Meta e Microsoft contratam créditos de carbono do BTG Pactual para restauração de florestas em Mato Grosso do Sul
O BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG), subsidiária de ativos florestais do BTG, está implantando projetos de restauração de florestas em 11 mil hectares no estado de Mato Grosso do Sul, já entrou no Uruguai e analisa chegar em outros biomas brasileiros como Amazônia e Mata Atlântica.
Há quatro anos, o banco lançou um veículo de investimento com o objetivo de conseguir US$ 1 bilhão em cinco anos para desenvolver projetos de restauração florestal na América Latina, com foco no Cerrado brasileiro. Os resultados têm sido promissores. Mais da metade da meta inicial de captação já foi alcançada – cerca de US$ 672 milhões, aporte feito pela GenZero, plataforma de investimentos em transição climática da Temasek, holding do governo de Singapura.
“O compromisso da GenZero reconhece nossa estratégia de reflorestamento na América Latina como um modelo de restauração em grande escala, baseada em ciência, capaz de gerar benefícios climáticos, de biodiversidade e sociais”, disse Mark Wishnie, líder da área de sustentabilidade do BTG Pactual TIG.
O banco oferece a opção de compra de créditos em áreas que ainda serão reflorestadas. Nesse modelo, a empresa que comercializa os créditos precisa ter a posse das terras. E o BTG adquiriu em 2022, por meio da subsidiária TIG, 46 mil hectares no Mato Grosso do Sul, em região de Cerrado.
A exploração de madeira e a geração de créditos de carbono serão as fontes de receita dos projetos. Microsoft e Meta estão entre os compradores de créditos de carbono, com contratos fechados no ano passado. A Meta, de Mark Zuckerberg, adquiriu junto ao BTG 1,3 milhão de créditos de remoção de carbono, com opção para um adicional de 2,6 milhões de créditos até 2038. A Microsoft, por sua vez, efetuou a maior transação do gênero jamais registrada: contratou 8 milhões de créditos até 2043. Em termos territoriais, o BTG tem a obrigação de restaurar e proteger cerca de 260 mil hectares de Cerrado, em áreas de pastagens degradadas.
Até o momento o projeto que cobre cerca de 11 mil hectares de vegetação nativa em Mato Grosso do Sul e forma uma área conectada de 40 mil hectares de habitat — o equivalente a um terço da cidade do Rio de Janeiro, já registrou mais de 500 espécies de flora e fauna.
O TIG desenvolve, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (MG), um projeto de pesquisa para avaliar diferentes metodologias de restauração no bioma.
“O que está acontecendo no Cerrado mostra que a restauração em larga escala é possível quando ciência e finanças atuam juntas”, disse Mauricio Bianco, vice-presidente da Conservation International Brasil, ONG que apoia a estratégia do TIG.
O TIG tem US$ 7,3 bilhões em ativos florestais e compromissos e 2,9 milhões de acres sob gestão nos Estados Unidos e na América Latina, segundo dados do segundo trimestre de 2025.
No portfólio de investidores do fundo, estão a International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial, a Instituição Financeira de Desenvolvimento dos Estados Unidos (DFC, na sigla em inglês), o Banco Holandês de Desenvolvimento Empresarial (FMO, na sigla em inglês) e o governo do Reino Unido.

