agronegócio
Animal doente gera prejuízo de R$ 428,00 por cabeça nos confinamentos
Quando um boi adoece no confinamento, o prejuízo é muito maior do que a conta do remédio — e os números mostram que a perda real está na balança. É o que revela o mais recente benchmarking da Foco Consultoria Saúde Animal, que analisou dados de 76 confinamentos e mais de 2,5 milhões de animais em 2024, mostrando o tamanho do impacto oculto das enfermidades no resultado do ciclo.
De acordo com o levantamento realizado pela Foco, os animais enfermos ganharam, em média, em 110 dias de cocho, 6,45@, em contraste com 7,79@ ganhas pelos sadios, o que representa 1,34@ a menos (veja tabela).
Considerando o valor da arroba na ocasião (R$ 320), o produtor deixou de ganhar R$ 428 por animal por conta da enfermidade.
O que mais impressiona vem agora: a perda financeira supera em sete vezes o custo médio por tratamento, que foi de R$ 65/cab. Ou seja, o prejuízo é muito maior na perda de desempenho do que nos gastos com medicação.
Segundo Matheus Henrique dos Reis, diretor de planejamento e gestão da Foco, a perda produtiva com a morbidade varia de 8,45% a 26,70% nos animais confinados.
“O que muda de um confinamento para o outro é a eficiência da ronda sanitária. Quanto mais a equipe estiver treinada e mais cedo for o diagnóstico dos animais doentes, menores são as perdas”, afirma.
O levantamento mostrou ainda que o impacto sobre o ganho de peso varia de acordo com a doença. Na pneumonia, por exemplo, a queda é de 16%, enquanto lesões no casco reduzem em 20% o desempenho.
“Por ser um problema locomotor, o animal vai menos vezes até o cocho”, explica.

