Acareação no caso Banco Master dura 20 minutos e não encerra investigação

Os depoimentos do caso Master foram finalizados na noite desta terça-feira (30) e a PF (Polícia Federal) optou por promover a acareação entre Daniel Vorcaro, dono da instituição financeira, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), que durou cerca de 20 minutos.

Ailton de Aquino, diretor do BC (Banco Central), que depôs na condição de testemunha, foi liberado do procedimento após a conclusão de sua oitiva.

Segundo interlocutores do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), que é relator do caso que tramita em sigilo na Corte, o depoimento do diretor do Banco Central foi “extremamente valioso” para o processo.

As versões dos depoimentos de Vorcaro e Costa foram contraditórias. Por isso, a acareação foi realizada apenas com os dois. Os depoimentos e a acareação ocorrem a portas fechadas, já que a investigação tramita sob sigilo imposto pelo ministro. A apuração envolve suspeitas de fraudes financeiras bilionárias no processo de liquidação do Banco Master.

Relembre o caso do Banco Master

As investigações do Banco Master tiveram início em 2024, após requisição do MPF (Ministério Público Federal) para apurar a fabricação de carteiras de crédito insubsistentes.

Segundo as apurações, esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada.

Em 18 de novembro deste ano, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e de sua corretora de câmbio, inviabilizando o processo de venda da instituição que havia sido anunciado no dia anterior.

O Master já vinha chamando atenção do mercado pelo modelo de negócios considerado arriscado, baseado na emissão de papéis garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) com taxas superiores às do mercado.