agronegócio
Boi Gordo: Janeiro com recuo nas exportações e fevereiro ainda abaixo do esperado
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Na primeira semana de fevereiro, o mercado brasileiro do boi gordo registrou poucos negócios, prevalecendo a maior oferta de fêmeas gordas, um reflexo do movimento de descarte (após o fim da estação de monta) e da necessidade dos frigoríficos em preencher as suas escalas de abate para honrar os principais compromissos na cadeia da carne.
Confira as cotações dos animais terminados, apurados no dia 6/2 pela Agrifatto; clique AQUI.
No lado de dentro das porteiras, o que se viu nestes primeiros dias do mês foi um pecuarista igualmente cauteloso, tendo como suporte as boas condições das pastagens.
Segundo os analistas, o mercado interno continua com o mesmo ritmo fraco apresentado desde o primeiro mês do ano.
Tal morosidade é atribuída aos preços mais altos da carne bovina no varejo, além da queda natural de renda da população, que, como todo início de ano, tem compromissos financeiros mais “pesados” para honrar, como cobranças de impostos (IPTU, IPVA), gastos com material escolar e boletos do cartão de crédito utilizado durante o período de férias.
A demanda externa pela carne bovina brasileira também perdeu força neste começo do ano, não só em janeiro, como nesta primeira semana de fevereiro, período que abrangeu parte do feriado em comemoração ao Ano Novo Chinês.
A festividade, que se iniciou no dia 29/1 e teve duração de oito dias (encerrando 6/2), fez com que os embarques e negociações de exportação fossem mais compassados, relata o engenheiro agrônomo Pedro Gonçalves, analista da Scot Consultoria.
“Esse passo lento trouxe recuos para a arroba do “boi-China” nas praças pecuárias de Goiás e Paraná, enquanto as demais encontram um bom período de estabilidade”, afirma ele.
No mercado interno, diz Pedro Gonçalves, da Scot, o início do mês pode trazer um escoamento melhor para a carne bovina, mas os dados históricos mostram um fevereiro com recuo de preço do boi gordo se comparados ao valor de janeiro.
Na média dos últimos dez anos, recorda Gonçalves, a queda foi de 3,4%, enquanto nos últimos cinco anos a baixa no preço da arroba fico em 1,1%.
Segundo ressaltam os analistas da Agrifatto, o mercado de bovinos no Brasil tem sido caracterizado por uma maior oferta de fêmeas. “Esse aumento na disponibilidade de fêmeas tem levado os frigoríficos a operarem com escalas levemente mais alongadas, proporcionando um cenário mais confortável para as indústrias”, diz a consultoria.
Pelos dados regionais da Agrifatto, no comparativo semanal (sexta-feira, 7/2, versus sexta-feira, 31/1), Mato Grosso do Sul e São Paulo avançaram em 1 dia as suas escalas de abate, fechando a semana com 8 dias úteis.
Nos Estados do Pará e Minas Gerais, considerando o mesmo comparativo, as escalas de abate foram ampliadas em 1 dia, encerrando a semana com médias de 9 e 10 dias úteis, respectivamente, informa a Agrifatto.
Por sua vez, Tocantins apresentou o maior avanço nas escalas entre as principais praças pecuárias do País, encerrando o período com 10 dias úteis de programação – um aumento de 2 dias em relação à semana fechada em 31/1.
Já as praças do Paraná, Mato Grosso, Goiás e Rondônia se mantiveram estáveis no comparativo semanal, registrando programações de abate de 6, 7, 8 e 10 dias, respectivamente.
Queda no preço da vaca em SP
Nas praças paulistas, a semana termina com queda de R$ 3/@ para fêmeas, segundo dados apurados pela Scot Consultoria. Dessa forma, a vaca gorda agora vale R$ 295/@ e a novilha, R$ 312/@.
O boi gordo paulista, por sua vez, segue cotado em R$ 325/@ e “boi-China” é comercializado em R$ 327/@, acrescenta a Scot.