Essas tarifas elevadas, relata o texto, interromperam efetivamente o comércio, segundo informações de Erin Borror, vice-presidente de análise econômica da Federação de Exportação de Carne dos EUA (USMEF).
Ela diz que, embora a USMEF esteja sempre trabalhando para expandir e diversificar os mercados de exportação, a China tem necessidades específicas de produtos que outros destinos da carne norte-americana não conseguem suprir totalmente. “Há uma corrida frenética para tentar, essencialmente, encontrar novos destinos para esses produtos que já estão na cadeia de fornecimento e foram produzidos para a China”, diz Borror, que acrescenta: “Lembrem-se de que, para o mercado chinês, temos uma rotulagem especial: produto livre de ractopamina, com rótulo da China tanto na embalagem quanto na caixa”.
Portanto, continua ela, é uma produção custosa e específica para a China, o que torna difícil redirecionar ou encontrar um novo mercado para esses produtos.
“Eles compram itens específicos a preços premium que outros mercados não estão dispostos a pagar, especialmente no volume e no preço que a China aceita”, observa ela.
No caso da carne bovina, detalha Erin, sem a demanda da China, calcula-se uma perda de US$ 150 a US$ 165 por animal, o que, somado ao longo de um ano, representaria cerca de US$ 4 bilhões em oportunidade perdida nesse setor.
Para a carne suína, a China é o terceiro maior mercado para os exportadores norte-americanos. Para miúdos suínos, é o principal cliente.
“Eles são de longe os maiores importadores de pés de porco, cabeças, estômagos, intestinos e estão comprando em volumes enormes e a preços mais altos do que qualquer outro cliente pode pagar”, ressalta. Portanto, sem a China, no setor de carne suína, estima-se perdas de cerca de US$ 8 a US$ 10 por animal, o que totaliza cerca de US$ 1 bilhão de perda para toda a indústria no ano, diz ela.
Barreira adicional
A falta de renovação, por parte da China, dos registros de 400 instalações de carne bovina dos EUA representa uma barreira adicional para as exportações norte-americanas, já que a maior parte da produção atualmente não é elegível o mercado chinês, independentemente da tarifa aplicada, observa a reportagem da Beef Magazine.
Por sua vez, os registros da maioria das instalações de carne suína dos EUA foram renovados em março/25, mas a China ainda não renovou os registros de nove estabelecimentos que expiraram em 20 de abril.