agronegócio
Com efeito Trump, frigoríficos iniciam semana pressionando preços da arroba para baixo

Os frigoríficos seguem exercendo forte pressão sobre os preços da arroba, aproveitando a fragilidade do mercado para intensificar as compras de boiadas gordas.
A previsão é que os frigoríficos continuem ganhando a queda-de-braço no início desta semana.
Na semana passada o boi gordo sem padrão-exportação estacionado em R$ 300/@ no mercado paulista, enquanto o ágio do “boi-China” ficou ainda mais espremido – perdeu mais R$ 2/@ na sexta-feira (18/7), chegando a R$ 302/@ em SP, de acordo com os dados de apuração da Scot Consultoria
Confira as cotações dos animais terminados, apurados no dia 18/7 pela Agrifatto; clique AQUI.
A Agrifatto traça três fatores que contribuíram para a derrubada da arroba nas últimas semanas – o mais importante deles é a onda de insegurança gerada pela ameaça de uma nova tarifa norte-americana (de +50% para a carne bovina brasileiria) anunciada pelo governo Trump.
Os outros dos motivos são: o fraco desempenho das vendas de carne bovina no mercado interno e o aumento da oferta de bovinos terminados em confinamento.
Nesse cenário, na quinta-feira (17/7), entre as 17 regiões produtoras monitoradas pela Agrifatto, 3 apresentaram queda nas cotações do boi gordo: SP, PA e TO. Nas demais, os preços ficaram estabilizados.
Por sua vez, nesta sexta-feira (18/7), o boi gordo paulista permaneceu estável, em R$ 300/@, mas as cotações da arroba recuaram 5 das 17 praças acompanhadas pela Agrifatto: BA, ES, GO, MG e RJ. Nas outras 11, os preços fecharam a semana com estabilidade.
No mercado futuro, contrariando a tendência dos dias anteriores, a B3 operou em alta na quinta-feira (17/7).
O destaque do pregão ficou para o contrato com vencimento em setembro/25, que fechou cotado a R$ 315,75/@, uma valorização expressiva de 2,69% no comparativo diário.
Atacado/varejo
Diante da demanda enfraquecida, os distribuidores do Estado de São Paulo evitaram reforçar os estoques de carne bovina ao longo desta semana, informa a Agrifatto.
“Diferentemente do observado nas semanas anteriores, quando havia adiamento nas descargas nos centros de distribuição, muitos frigoríficos anteciparam os embarques, mantendo os produtos estocados em seus próprios pátios ou em trânsito sem venda concluída, o que gerou acúmulo em diferentes pontos”, observa a consultoria.
Segundo a Agrifatto, na quinta-feira (17/7), o volume de carne com osso ofertado pelos frigoríficos para a penúltima semana cheia da segunda quinzena de julho permaneceu próximo ao da semana anterior.
“Com o consumo retraído, o mercado iniciou de forma apática, com negociações lentas e ajustes negativos nos preços, tanto para produtos de consumo direto quanto para industrialização, como o charque”, relata a consultoria.
Produtos oriundos de Estados mais distantes da capital paulista – AC, RO, PA e TO – foram negociados a valores ligeiramente inferiores aos praticados para os provenientes de SP, MS, PR, MG e GO, informa a Agrifatto.
“As vendas envolveram entregas programadas até quarta e quinta-feira seguintes, mas parte significativa das mercadorias permaneceu sem comprador, gerando sobra expressiva já disponível para venda e entrega no início da próxima semana”, diz a consultoria.
Para as negociações da próxima quinta-feira (24/7), relata a Agrifatto, a expectativa recai sobre o abastecimento da última semana da quinzena, período tipicamente de baixa demanda, agora agravado pelas (ameaças) de tarifas por parte dos EUA aos produtos brasileiros de exportação. “A tendência é de manutenção da pressão negativa sobre os preços”, prevê a consultoria.