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08 de Novembro de 2025

agronegócio

Dívidas no ranking da Recuperação Judicial no Agro ultrapassam R$ 15 bilhões

Empresas de soja, café, etanol e agricultura irrigada figuram na lista das maiores em colapso financeiro; levantamento mostra ranking da Recuperação Judicial no Agro, os nomes e os valores envolvidos O agronegócio brasileiro, frequentemente celebrado como um dos principais motores da economia nacional, vive também seus momentos de tensão. Um levantamento recente revela que as dez maiores empresas do setor que recorreram à recuperação judicial no agro somam juntas mais de R$ 15 bilhões em dívidas.

O número impressiona não apenas pelo montante, mas pelos nomes que figuram no topo da lista — muitos deles considerados até então inabaláveis. Gigantes da soja, do café, da cana-de-açúcar e da agricultura irrigada aparecem no ranking, revelando um lado menos comentado da pujança do agro: a vulnerabilidade financeira em meio a crises de gestão, clima, crédito e expansão desordenada.

Veja quem são as maiores devedoras em recuperação judicial no agro:

1. AgroGalaxy – R$ 4,67 bilhões. Referência nacional em varejo de insumos, serviços e tecnologia agro, a AgroGalaxy lidera o ranking com uma dívida de R$ 4,67 bilhões. A empresa vinha expandindo de forma agressiva, mas não resistiu às pressões financeiras e precisou buscar proteção judicial para reestruturar seu passivo.

2. Grupo Patense – R$ 2,15 bilhões Especializado no processamento de resíduos de origem animal para produção de rações, óleos e biocombustíveis, o Grupo Patense, sediado em Patos de Minas (MG), acumula R$ 2,15 bilhões em dívidas.

3. Montesanto Tavares – R$ 2,13 bilhões Um dos maiores exportadores de café do Brasil, o Grupo Montesanto Tavares controla as tradings Atlântica Coffees e Cafebras, e figura na terceira posição, com R$ 2,13 bilhões de passivo acumulado.

4. Grupo Safras – R$ 1,78 bilhão A dívida do Grupo Safras envolve empresas como Safras Armazéns Gerais, Safras Bioenergia e Safras Agroindústria. Fortemente ligado à cadeia da soja, o grupo soma R$ 1,78 bilhão em débitos.

5. Sperafico Agroindustrial – R$ 1,08 bilhão Com trajetória tradicional no agronegócio, a Sperafico Agroindustrial foi duramente afetada após o escândalo das Fazendas Reunidas Boi Gordo. Hoje, a dívida do grupo chega a R$ 1,08 bilhão, concentrando atuação na soja.

6. Usina Maringá – R$ 1,02 bilhão Localizada no interior de São Paulo, a Usina Maringá enfrenta dificuldades financeiras com um passivo de R$ 1,02 bilhão, envolvendo usinas, fazendas produtoras e empresas de transporte e distribuição.

7. Elisa Agro – R$ 679,6 milhões Uma das maiores operações de agricultura irrigada do país, a Elisa Agro atuava no Vale do Araguaia (GO) e contraiu grande parte de sua dívida — R$ 679,6 milhões — por meio de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) usados para uma expansão malsucedida.

8. Usina Açucareira Ester – R$ 651,7 milhões Instalada em Cosmópolis (SP), a Usina Ester sofre com o impacto de safras ruins causadas por seca e geadas. A dívida totaliza R$ 651,7 milhões.

9. Grupo AFG – R$ 505 milhões Desde 2002, o Grupo AFG operava na comercialização de milho e soja em diversos estados. O processo de recuperação terminou em falência, com passivo de R$ 505 milhões.

10. Grupo Cella – R$ 400 milhões Com atuação no Mato Grosso, o Grupo Cella cultiva soja, milho e arroz em mais de 20 mil hectares. A empresa deve R$ 400 milhões a credores — especialmente instituições financeiras. O retrato de um setor sob pressão

Apesar da imagem de força, o agronegócio brasileiro também sofre com os efeitos colaterais de ciclos econômicos, crises climáticas e decisões financeiras mal calibradas. A concentração das dívidas em empresas com alto nível de exposição ao mercado e ao crédito revela a urgência de uma gestão mais estratégica, com foco em governança e sustentabilidade financeira. Se por um lado o agro representa resiliência e superação, por outro, a realidade dos números mostra que mesmo os gigantes podem tropeçar — e que a recuperação judicial tornou-se ferramenta indispensável para tentar salvar estruturas antes consideradas sólidas.

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