Economia
Com MS líder na produção nacional, EUA retiram taxas das exportações e tornam a celulose livre do tarifaço

A Ordem Executiva nº 14.346, divulgada pelo governo dos Estados Unidos, tornou livre de tarifas adicionais a maior parte das exportações brasileiras aos EUA de celulose e também de ferro-níquel. Na prática, nesses produtos não incidirão nem a alíquota de 10%, anunciada em abril, nem a sobretaxa de 40%, aplicada em 30 de julho.
A medida beneficia a indústria de celulose no Mato Grosso do Sul que consolidou-se como o líder nacional na produção de celulose em 2024, sendo o maior exportador brasileiro do produto, com 24% da produção nacional, aproximadamente 5,5 milhões de toneladas por ano. O estado é impulsionado pela atuação de grandes empresas como Suzano, que inaugurou a maior linha de produção de celulose em linha única do mundo em 2024, e pela chilena Arauco, com seu projeto de investimento bilionário, além de Eldorado e Bracell. A Suzano já iniciou a construção da nova industria em Ribas de Rio Pardo, e a Arauco avança com a terraplanagem [da nova fábrica] em Inocência.
Dados daIbá (Indústria Brasileira de Árvores), associação que reúne a cadeia produtiva de árvores plantadas para fins industriais, mostram que o Mato Grosso do Sul pode ser o destino de ao menos quatro novos empreendimentos do setor de celulose até o ano de 2032, expansão que demandaria a criação de quase 100 mil novos empregos no setor, sendo aproximadamente 24 mil diretos e outros 69 mil indiretos.
Brasil
Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,84 bilhão desse grupo de produtos aos EUA, o que representa 4,6% do total exportado para aquele país, com destaque para celulose, em particular pastas químicas de madeira não conífera e pastas químicas de madeira conífera, no valor de US$ 1,55 bilhão.
Com a nova exclusão, no total, chega a 25,1% o montante das exportações brasileiras aos EUA livre da alíquota de 10% e da sobretaxa de 40% impostas pelo governo estadunidense aos produtos brasileiros. “O governo segue empenhado em diminuir a incidência de tarifas dos EUA sobre os produtos brasileiros. A mais recente ordem executiva dos EUA representa um avanço sobretudo para o setor de celulose do Brasil. Mas ainda há muito a ser feito e seguimos trabalhando para isso”, afirmou o vice-presidente e mMinistro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
Dados do ministério, do último dia 11, mostram que, do total de exportações brasileiras aos Estados Unidos, que soma US$ 40 bilhões, 34,9% (US$ 14,1 bilhões) estão sujeitas às tarifas adicionais de 10% e 40% (totalizando 50%); 16,7% (US$ 6,8 bilhões), a 10%; 25,1% (US$ 10,1 bilhões) estão livres de tarifas adicionais; e 23,3% ou US$ 9,4 bilhões, sujeitas a tarifas específicas, aplicadas a todos os países.