agronegócio
Governo firma acordo de cooperação técnica e científica para viabilizar produção sustentável de macaúba em MS
A Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), firmou na tarde de sexta-feira (12) acordo cooperação técnica, científica e de mobilidade com a Empresa S.Oleum Brasil Agro Industrial S.A para desenvolver e executar programas e projetos de pesquisas que visem o desenvolvimento da cultura da macaúba em Mato Grosso do Sul de forma sustentável e economicamente viável.
A macaúba (nome científico Acrocomia aculeata) é uma palmeira que alcança até 25 metros de altura e possui espinhos longos e pontiagudos. Ela é encontrada em Mato Grosso do Sul e em diversos estados brasileiros, sendo conhecida por outros nomes, como bocaiúva, macaiba, coco-baboso e coco-de-espinho. Da planta, se extrai óleo, gordura vegetal, proteína de alto valor nutricional, fibra alimentar, biomassa de alto valor energético e materiais graxos, matérias-primas que podem ser aplicadas em diversas indústrias.
“Em outros estados essa planta já conta com uma cadeia muito variada e diversificada, servindo de base para alimentos e outros produtos, mas hoje, com a questão da transição energética, o biocombustível tem sido a principal demanda e queremos inseri-la como uma alternativa de produção sustentável”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, que assinou o acordo de cooperação juntamente com o CEO da S.Oleum, Francisco de Blanco.
O acordo de cooperação prevê a elaboração de um plano de trabalho visando a realização do mapeamento da base genética da macaúba (bocaiúva) existente em Mato Grosso do Sul e forma nativa. “Temos um pouco de dificuldade de fazer um programa puramente com a macaúba nativa da região, pois ela tem um conteúdo de óleo baixo se comparada com as plantas de outras regiões e precisamos de frutos mais robustos em termos de produção, a fim de viabilizar uma produção em escala que atenda a uma demanda industrial”, informou Francisco de Blanco, CEO da S.Oleum.
A S.Oleum já desenvolve um modelo de agricultura regenerativa de carbono negativo em larga escala, combinando o reflorestamento de árvores nativas com agricultura e pecuária por meio de Sistemas Agroflorestais. “Nosso objetivo é desenvolver uma produção em escala, transformar a Macaúba em uma cultura agrícola, sustentável e de baixo carbono em Mato Grosso do Sul. Ela vem para agregar sistemas agrícolas já existentes. A Macaúba não vai fazer a substituição da agricultura tradicional nos lugares onde ela entra. Ela entra para compor o sistema em agroflorestal”, finalizou.
O secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, que também assinou o acorro, acrescentou que “a ideia é promover o desenvolvimento sustentável de uma cadeia produtiva, impulsionando uma variedade disponível na biodiversidade sul-mato-grossense, que é a bocaiúva”. Também participaram da assinatura do acordo de cooperação o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ricardo Senna e a coordenadora da horticultura da Semadesc, Karla de Nadai.