Cidades
Grupamento de Operações Aéreas tem papel vital em resgates no Pantanal

O Pantanal, um dos maiores ecossistemas de planície inundada do mundo, abriga uma imensa diversidade de fauna, incluindo predadores que, em algumas situações, podem representar risco à segurança dos seres humanos. Estudos realizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodivesidade (ICMBio) apontam que o Pantanal é habitat de espécies como a o puma, a jaguatirica, o cão-vinagre e a suçuarana, que, embora raramente se envolvam em confrontos diretos com pessoas, podem se tornar ameaças se se sentirem ameaçadas ou provocadas.
Em áreas remotas e de difícil acesso, como o interior do Pantanal, o risco de encontros com esses animais aumenta, especialmente em locais onde as atividades humanas se misturam à vida selvagem. Para lidar com essas situações, o Grupamento de Operações Aéreas (GOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) tem desempenhado um papel essencial, não apenas no resgate de vítimas de ataques, mas também na orientação e conscientização da população local.
Com o uso de aeronaves, o GOA realiza resgates e atendimentos em áreas de difícil acesso, como fazendas isoladas e acampamentos, onde a presença de predadores silvestres é mais comum. A capitã Karla Dualibi Pereira, piloto do GOA, explica que a agilidade no resgate é crucial em situações de ataque. “Em muitos casos, as vítimas estão em locais remotos, e a rapidez na chegada pode ser a diferença entre a vida e a morte. A parceria entre as equipes e as aeronaves é vital para salvar vidas”, afirma.
Além do resgate emergencial, o GOA também desempenha um papel preventivo, orientando os moradores de regiões de risco sobre como evitar encontros com predadores e como agir em caso de ataques. A Capitã Karla explica que a conscientização é crucial para reduzir as ocorrências e evitar consequências graves.
Em 2023, o GOA resgatou uma vítima de ataque de onça, utilizando aeronaves para garantir um transporte rápido e seguro até unidades de saúde, o que aumentou as chances de sobrevivência. Além disso, o GOA também atua em outras emergências envolvendo animais silvestres, como mordeduras de capivara e acidentes com serpentes, sempre priorizando a agilidade e a segurança no atendimento.
Predadores silvestres no Pantanal: características e hábitos
Os predadores silvestres do Pantanal são fundamentais para o equilíbrio ecológico da região, regulando a população de outras espécies. No entanto, o avanço da fronteira agrícola e o desmatamento têm forçado esses animais a se aproximarem de áreas habitadas, o que aumenta os conflitos.
A onça-pintada (Panthera onca) ou o puma (Puma concolor), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o cão-vinagre (Speothos venaticus) são algumas das espécies presentes no Pantanal. Embora raramente entrem em contato com os seres humanos, elas podem se tornar agressivas se se sentirem ameaçadas. Por isso, o CBMMS, oferece importantes orientações para minimizar os riscos de ataques, como evitar áreas isoladas ao entardecer e à noite, instalar cercas de proteção e manter a limpeza dos ambientes.
Ações preventivas e orientações
Para minimizar os riscos de ataques de animais predadores, o CBMMS recomenda as seguintes orientações:
Evitar áreas isoladas ao entardecer e à noite:predadores como jaguatirica, onças e pumas são mais ativos nesses períodos.
- Instalar cercas de proteção: cercas podem dificultar o acesso dos predadores a residências e currais.
- Não deixar restos de alimentos ao ar livre: a decomposição atrai animais em busca de comida.
- Armazenar alimentos de maneira segura:evite atrair predadores com alimentos acessíveis.
Alertar em caso de avistamento: se avistar um predador, mantenha a calma, procure abrigo e acione o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Ambiental.