Política
Integração com a Bolívia busca abrir rotas alternativas de comércio exterior
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As negociações para estruturação e utilização da Rota Bioceânica envolvem também países vizinhos ao corredor, como a Bolívia, que tem forte relação comercial com Mato Grosso do Sul.
O governador Eduardo Riedel recebeu nesta quarta-feira (19) a comitiva do departamento boliviano de Santa Cruz para discutir a cooperação técnica de ações de controle e combate aos incêndios florestais e a utilização da ferrovia local para uma futura ligação entre Brasil e Chile também por via férrea, abrindo assim novo corredor de escoamento comercial.
A ferrovia é uma possibilidade interessante de integração, interligando Campo Grande a boliviana Santa Cruz de la Sierra, seguindo dali para Cochabamba – já aos pés da Cordilheira dos Andes.
“Ela [a ferrovia] está operacional em Corumbá, e a ideia é fazer uma integração ferroviária da Malha Oeste com a ferrovia oriental [na Bolívia]. O governador Eduardo Riedel destacou a importância de, num curto prazo, permitir aos trens bolivianos da ferrovia oriental chegarem até Ladário, porque nós já temos uma área alfandegária”, explicou o titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck.
Verruck complementa ainda que a ferrovia oriental se encontraria com a Rota Bioceânica, que é rodoviária, na fronteira entre Bolívia e Argentina, integrando ainda mais ramais de logística na região. “Isso seria perto de Salta, na Argentina. É um projeto de longo prazo. A gente pode ter, além da Rota Bioceânica rodoviária, uma integração com a ferrovia, o que traz ainda mais competitividade para nós”, frisa o secretário.
Jaime também conta que as conversas terão continuidade, inclusive com a formação de um grupo de trabalho que contará com espaço para o setor privado, incluindo as operadoras atuais dos dois trechos brasileiro e boliviano, Rumo e Oriental, respectivamente.
Incêndios florestais
Quanto aos incêndios florestais no Pantanal, que afetam conjuntamente o lado boliviano na região de Corumbá, foram discutidas propostas para que haja uma ação conjunta entre os dois país, especificamente entre as autoridades sul-mato-grossenses e do Departamento de Santa Cruz.
“É também uma questão importante. Todo ano nós temos problema tanto de incêndio do Pantanal passando para o lado boliviano como do lado boliviano passando para o lado brasileiro. Então, a primeira proposta é fazer uma coordenação, principalmente com informações, identificação de incêndio, metodologias, que nós já temos no Mato Grosso do Sul, para poder repassar principalmente ao governo de Santa Cruz. Essa é uma questão importante que a gente vai avançar”, comenta Verruck.
Além de Riedel e Verruck, participaram do encontro o governador do Departamento de Santa Cruz, Mario Joaquin Aguilera Cirbian, e o diretor departamental de Cooperação e Relações Institucionais da região, Luis Eduardo Rios, e o secretário de Justiça de Santa Cruz, Carlos Eduardo Correa Rojas.