COP30 BRASIL - AMAZÔNIA
Investir em educação é investir em resiliência climática, defendem países e sistema ONU
Ações para preparar os jovens para os efeitos da mudança do clima e para mitigar suas causas foram o foco da Mesa-Redonda Ministerial de Alto Nível sobre Educação Verde da COP30. O encontro reuniu representantes de vários países, do sistema ONU e da sociedade civil. Eles apontaram a educação como chave para garantir a resiliência das comunidades.
A diretora de Programa da Presidência da COP30, Alice Vogas, afirmou que tornar a educação um eixo da ação climática exige coordenação de esforços e investimentos.“Esperamos ver em Belém uma plataforma em que os países deem um passo à frente e fortaleçam a troca de conhecimento sobre como a educação pode contribuir”, disse. Ela citou dois pontos a serem priorizados: alfabetização climática para professores, e desenvolvimento de habilidades e formação técnica para os jovens.
O secretário-executivo adjunto do Ministério da Educação (MEC) do Brasil, Rodolfo Cabral, frisou que a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) do País inclui a agenda do clima de forma transversal.
O representante do MEC ressaltou que, segundo o último Censo, cerca de 67% das escolas públicas desenvolvem ações de educação ambiental. Para aumentar esse percentual, a pasta apresentou, nesta quarta-feira, 12/11, na COP30, a Política Nacional de Educação Ambiental Escolar, a ser lançada em breve. Ele citou iniciativas em escolas brasileiras capazes de transformar localidades, como hortas, reflorestamento, manejo de nascentes e descontaminação de rios.
Também participaram do debate representantes de Cabo Verde, da Mauritânia, do Azerbaijão, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outros.
Adaptação
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unicef) informou que 242 milhões de alunos tiveram os estudos interrompidos por eventos climáticos extremos no mundo, em 2024. No Brasil, 1,17 milhões foram afetados por alagamentos, secas ou excesso de fumaça.
O representante do MEC informou que a Rede África–Brasil–América Latina e Caribe em Educação e Políticas de Juventude para Sustentabilidade e Resiliência Climáticas busca reduzir a evasão escolar causada por deslocamentos climáticos até 2028, quando será o próximo Balanço Global do Acordo de Paris. A coalizão promove a troca de tecnologias sociais entre países africanos, latino-americanos e caribenhos, com apoio de organizações multilaterais e alianças internacionais.
PISA 2029 Climate Literacy Framework
Durante o evento, representantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentaram o primeiro rascunho do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA 2029 Climate Literacy Framework: uma métrica para avaliar o aprendizado dos estudantes sobre clima.
A ferramenta já foi aplicada em estudantes do Pará. Os resultados mostram que o conhecimento é relativamente sólido sobre questões ambientais locais, como a Floresta Amazônica, mas apontam a alfabetização climática mais ampla ainda limitada.
Guias rumo à educação verde
Na sessão, representantes da UNESCO também lançaram documentos traduzidos para o português pela primeira vez que trazem diretrizes para os sistemas educacionais mundo afora. Acesse os conteúdos aqui:
Padrões de qualidade das escolas verdes: tornar verdes os ambientes de aprendizagem
Guia para currículos verdes: ensino e aprendizagem para a ação climática

