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17 de Novembro de 2024

Cotidiano

No Dia C, alunos colocam a cidadania em prática falando sobre racismo, meio ambiente e cultura da paz

Pra mim, cidadania é a convivência com o povo, é saber que as minhas ações têm consequências na comunidade, que uma coisa tão pequena pode acabar gerando um montão de coisas. Cidadania é saber que nem tudo é só você, e sim o que está ao seu redor. Você não mora sozinho, você não vive sozinho”.

A definição de Cidadania parte do alto de 1,91m, altura que o estudante Kauan Santiago, de 15 anos, tem. Aluno do 9º ano da Escola Estadual Antônio Delfino Pereira, na comunidade Tia Eva, em Campo Grande, o menino é conhecido pelo pensamento crítico. “Eu acho que é muito bom ser crítico, poder criticar aquilo que é ruim, falar o que você quer, se expressar, ter o poder de fala”, completa.

Kauan, de 15 anos, é um dos alunos alcançados pelas ações do Dia C da Cidadania. (Foto: Paula Maciulevicius/SEC)

Kauan é um dos 130 alunos abraçados pela cidadania ao longo do ano, dentro da escola, e que no Dia C colocam em prática tudo aquilo que é discutido. “Muito da hora trazer esses temas, é uma coisa divertida de se comunicar com os alunos, ainda mais quanto à etnia social e cor”, comenta.

Dia C da Cidadania

O Intervalo da Cidadania foi realizado nesta sexta-feira (25), simultaneamente, em escolas de Campo Grande, Corumbá, Ribas do Rio Pardo e Aquidauana, trabalhando todos os recortes sociais sul-mato-grossenses desde juventude, igualdade racial, pessoa idosa, pessoa com deficiência, mulheres, assuntos comunitários aos povos originários.

Em cada escola, professores e alunos trabalharam sentimentos, emoções, identidades e cidadania. (Foto: Paula Maciulevicius/SEC)

A ação é uma parceria entre a SEC (Secretaria de Estado da Cidadania), por meio do Programa Cidadania em Rede, com a SED (Secretaria de Estado de Educação), que leva para escolas de todo o Estado um cronograma de palestras, oficinas, rodas de conversa, reflexão e arte durante o ‘Intervalo da Cidadania’.

Coordenador pedagógico da escola localizada na Comunidade Tia Eva, Petrick Jeff, de 25 anos, é descendente da quilombola e cresceu na região. Ao falar sobre o Dia C da Cidadania, Petrick ressalta que a data é voltada aos estudantes.

Para coordenador Petrick, Dia C dá voz aos alunos. (Foto: Paula Maciulevicius/SEC)

“É o momento de dar voz para os alunos, porque os professores trabalham isso dentro de sala de aula, e quando vem pessoas de fora e tem uma roda de conversa como essa, acaba colocando todo mundo pra conversar”, diz.

Além da data, a escola trabalha durante o ano o recorte social da população quilombola, especialmente a história de Tia Eva.

“Culmina nesse dia, mas a gente tem ainda um projeto chamado ‘Identidade e Pertencimento’, que trabalha aquilo que o aluno precisa para fazer parte da escola, porque para conseguir desenvolver alguma coisa, ele tem que se sentir pertencente a este lugar. Isso é cidadania”, reforça.

Escola Estadual Indígena Pascoal Leite Dias, na aldeia Limão Verde, em Aquidauana. (Foto: Matheus Carvalho/SEC)

Na Escola Estadual Indígena Pascoal Leite Dias, na aldeia Limão Verde, em Aquidauana, a programação seguiu a temática cidadania, políticas públicas para a juventude e racismo.

Para a subsecretária de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte, a data é o grande encontro e a socialização de tudo o que já foi discutido ao longo dos meses sobre cidadania.

Subsecretária de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Duarte ressalta importância de debater temas da cidadania com os alunos. (Foto: Matheus Carvalho/SEC)

“Cada sala esteve trabalhando uma temática diferenciada. Hoje a possibilidade de todos estarem apresentando o que foi trabalhado e também interagir é fundamental, porque é coletivamente que a gente aprende”.

Aluna do 2º ano, Ana Clara descreve que se dedicou a compreender e compartilhar sobre políticas públicas dentro da temática da cidadania.

“É de suma importância a questão das políticas públicas, como um jovem deve ser protagonista na nossa sociedade, como ele deve se expor, opinar buscando os seus direitos e deveres na sociedade. Então, é por isso que a gente trabalhou aqui na escola este tema, além das questões do racismo e preconceito com a população indígena também. Espero que quando sairmos daqui, possamos ter uma visão melhor, uma visão diferente da nossa sociedade. Aqui todos estão fazendo a sua parte de cidadania”.

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