Esportes
Paralimpíadas 2024: cerimônia de abertura celebra esporte, arte, liberdade e inclusão
As Paralimpíadas 2024 começaram oficialmente com uma explosão de cores, música e dança e um desfile de milhares de atletas no coração de Paris. A cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos, a exemplo do que aconteceu nas Olimpíadas, pela primeira vez transbordou os limites de um estádio e tomou de assalto as ruas da Cidade Luz, com os atletas caminhando pela avenida Champs-Élysées em direção à Praça La Concorde. E se encerrou com uma coreografia de tochas que iluminaram a noite parisiense com suas chamas antes do grande final, com o acendimento da pira paralímpica instalada na base do mesmo balão que recebeu o fogo olímpico.
O espetáculo começou com um curta-metragem estrelado pelo nadador francês Théo Curin, que participou dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e que, na tarde desta quarta-feira (28), apareceu ao volante de um táxi adornado por dezenas de miniaturas da Phryges, o mascote das Paralimpíadas.
Na praça, transformada num grande teatro a céu aberto, 35 mil espectadores ocuparam as arquibancadas para assistir a um show de dança celebrando o esporte, a arte, a liberdade e a inclusão. Nele, 140 dançarinos vestidos de ternos pretos representaram a rotina dura do dia a dia e os valores engessados de uma sociedade excludente. E foram ofuscados por 16 dançarinos com deficiência que, com roupas leves e coloridas, levaram arte e liberdade ao evento e exigiram inclusão.
Com o tema Paradoxo, esse trecho do evento apresentou a praça como centro da discórdia entre esses dois grupos, que no fim se unem representando a “concorde”, ou harmonia e conciliação em tradução para o portugês.
Ao som de uma versão moderna de “Non, je ne regrette rien” (Não, não me arrependo de nada, em tradução livre para o português), clássico de Edith Piaf, a Praça se preparou para receber os atletas, astros das Paralimpíadas. As 168 delegações chegaram após uma explosão de fumaça azul, vermelha e branca, as cores da bandeira da França, por trás do palco e nos céus, com os aviões da Patrouille de France, a esquadrilha da fumaça francesa. E desfilaram prontos para entrar em cena depois de uma forte preparação no último ciclo paralímpico.
As delegações entraram na Praça La Concorde em ordem alfabética, começando pelo Afeganistão. O Brasil, liderado pelos porta-bandeiras Gabriel Araújo, o Gabrielzinho da natação, e Beth Gomes, do arremesso de peso e lançamento de disco, não economizou na alegria e na dança em sua passagem e foi muito aplaudido. Uma das principais forças mundiais do esporte paralímpico, o Brasil buscará, em Paris, chegar a sua melhor marca na história do evento, ultrapassando as 72 medalhas e 22 ouros de Tóquio 2020.
Após a passagem da delegação da França, que como país-sede é tradicionalmente o último a desfilar, os dançarinos voltaram ao centro do palco para o trecho da cerimônia nomeado “Minha habilidade”. A performance, emocionante, mostrou a redescoberta e aceitação do próprio corpo, perfeito e capaz com sua deficiência, e mais um momento de união com a sociedade.
O show foi seguido pelo hasteamento da bandeira francesa, por uma orquestra tocando o hino do país, “A Marselhesa”, e pelos discursos protocolares das autoridades, que evocaram a Revolução Francesa e seus valores de “liberdade, igualdade e fraternidade”.
Como os revolucionários do mundo inteiro, vocês (os atletas) têm coragem. As suas armas são os recordes, são as emoções do esporte – declarou o ex-canoísta francês Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador dos Jogos – Caros atletas, a nossa revolução começa hoje. Bem-vindos aos Jogos Paralímpicos Paris 2024.
“Os atletas paralímpicos não estão aqui apenas para participar, para brincar. Estão aqui para competir, vencer e arrebentar recordes mundiais”, disse o brasileiro Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional. “Espero que os Jogos Paralímpicos Paris 2024 desencadeiem uma verdadeira revolução: a revolução da inclusão”, completou.
O presidente da França, Emmanuel Macron, então declarou oficialmente abertas as Paralímpiadas da França 2024. Mas o espetáculo não acabou. Um novo show com dançarinos com deficiência antecedeu o grande momento da chegada da tocha paralímpica, carregada por 12 grandes atletas, todos medalhistas de ouro em edições passadas dos Jogos – como a americana Oksana Masters, vítima do acidente nuclear de Chernobyl e dona de 17 medalhas paralímpicas.
A chama entrou na Praça La Concorde ao som do Bolero de Ravel e acompanhada pela coreografia de diversas outras tochas acesas, iluminando a noite parisiense com seu fogo. A pira foi acesa na base do balão que também recebeu a chama olímpica, subindo aos céus de Paris. Desse momento até o dia 8 de setembro, 4.400 atletas de alto rendimento representarão os valores paralímpicos em competições incríveis e eletrizantes. E o sportv2 e o ge acompanharão os grandes momentos, especialmente dos 280 brasileiros que disputarão medalhas na capital francesa.