Política
Pedido da CPMI do Banco Master atinge assinaturas suficientes entre senadores e deputados
Vice-líder da oposição afirma que requerimento recebeu apoio de 205 parlamentares e antecipa uma possível “pressão” do Governo para a retirada de assinaturas até fevereiro
O vice-líder da oposição na Câmara, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), anunciou nesta quarta-feira (31) ter atingido o número mínimo de assinaturas para a apresentação do pedido de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre o caso do Banco Master.
Segundo ele, o requerimento recebeu o apoio de 205 parlamentares, sendo 177 deputados e 28 senadores. Para o pedido ser oficialmente protocolado, é necessário o apoio mínimo de 171 deputados e 27 senadores.
Jordy afirmou que apresentará o pedido em fevereiro no retorno dos trabalhos no Congresso. “Para o registro de protocolo é somente na volta dos trabalhos legislativos. Eu já tenho até as assinaturas, mas foi até bom, porque eu acho que a gente tem que ter mais assinaturas”, disse.
Jordy, no entanto, prevê que os congressistas serão pressionados pelo governo para retirar o apoio à CPMI. “Tem a questão de o governo fazer mais pressão, inclusive, os ministros, para que parlamentares retirem assinaturas, mas eu acho que a tendência maior é a gente conseguir mais assinatura até lá”, afirmou.
O pedido da CPMI mira investigar as fraudes financeiras atribuídas ao Banco Master, estimadas em mais de R$ 12 bilhões pela PF (Polícia Federal), além de “demais conexões político-institucionais relacionadas aos fatos investigados”.
Para a CPMI ser oficialmente criada, além de o pedido ser protocolado, é necessária a leitura do requerimento em sessão do Congresso Nacional. Cabe à Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado e do Congresso, convocar a sessão conjunta de deputados e senadores e fazer a leitura do pedido.
“Precisamos ter um grande número de assinaturas. Primeiro, para ter força para a instalação. Segundo, para nós termos uma ‘gordurinha’ porque, com certeza, haverá muita pressão para deputados e senadores retirarem as assinaturas”, afirmou Jordy em vídeo publicado no X.
No pedido da CPMI, Jordy argumenta que “embora as investigações criminais em curso sejam fundamentais, não se mostram suficientes para abarcar todas as dimensões do caso”. Ele cita, por exemplo, as “responsabilidades políticas e institucionais”, falhas “sistêmicas” de regulação e supervisão, o impactos econômico, e a necessidade de aperfeiçoamento legislativo para prevenir casos do tipo.

