Economia
Plataforma Global permite que grandes Companhias, como a JBS, tenham impacto menor com tarifaço de Trump

Com uma plataforma global em operação, grandes companhias terão um impacto pequeno em suas transações com o tarifaço de Trump ao Brasil, ao contrário das médias e pequenas empresas.
Com operações em vários continentes (incluindo países como Estados Unidos, Brasil, Austrália, México e Europa), a JBS consegue deslocar produção de uma região para outra sempre que necessário, via a plataforma global – uma rede que permite compensar perdas localizadas, aproveitando mercados onde há demanda ou margens mais atraentes.
A JBS tem seis frigoríficos em Mato Grosso do Sul: Campo Grande (duas unidades), Naviraí, Nova Andradina, Cassilândia e Anastácio.A unidade de Campo Grande é a maior da América Latina e tem um papel fundamental na produção de carne, incluindo hambúrgueres.
O sistema de proteínas é altamente interconectado: se um país redireciona produtos para os EUA, abre espaço em outros mercados, que possam ser rapidamente ocupados por outra origem dentro do grupo.
Grandes companhias trabalham com visão integrada da produção e não há mais produção local isolada – a empresa opera com um portfólio global de proteínas e origens, capaz de realocar volumes conforme as condições comerciais e sanitárias mudarem.
“Dessa forma, o volume que o Brasil exporta para os Estados Unidos pode realmente ser direcionado para outros mercados. O da Austrália, o de outros países. Além disso, talvez alguns produtos americanos, que hoje são produtos de exportação, podem ficar no mercado doméstico. No final, eu acho que vai haver fornecimento no mercado americano, de um lado ou de outro. E isso abre também outras oportunidades para o Brasil, porque, de novo, o sistema é muito interconectado”, declarou Wesley Batista Filho, presidente da JBS nos Estados Unidos em entrevista ao Uol.