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22 de Novembro de 2024

Economia

Política industrial verde: como adotar estratégias voltadas a transformação ecológica

O fortalecimento da indústria e da economia têm que andar lado a lado com a intenção de descarbonização. É o que defende a diretora de Estudos Setoriais do IPEA, Fernanda De Negri, que participou nesta manhã do seminário Políticas Indústrias no Brasil e no Mundo, realizado na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo ela, não será possível haver crescimento econômico ou redução das desigualdades se o modelo de produção não for transformado.

“[Para mudar os paradigmas de produção, são necessários investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação e políticas integradas. Ou seja, uma série de ações que apontam na mesma direção, que juntem subsídios, subvenções, políticas de crédito e tributárias e regulações”, disse a pesquisadora.

Transição energética é central e transversal em toda a nova política industrial

O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços no Ministério do Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira, endossou a professora do Institute for Innovation and Public Purpose (IIPP) da University College London Carlota Perez ao classificar a transição energética como uma grande “janela de oportunidade” da política industrial.

Para Uallace, essas “janelas de oportunidades podem ser otimizadas pelo adensamento e pela diversificação das cadeias produtivas, assim como do ecossistema formado ao redor delas. Isso inclui os institutos de pesquisa e inovação, universidades, empresas nacionais e estrangeiras e a articulação entre o setor público e privado.


O setor privado é estratégico para a execução desses projetos, não é o setor público que os fazem. O setor público dialoga e constrói um cenário para que o setor privado invista, crie emprego e renda. – Uallace Moreira


Mesmo que a transição energética seja uma missão independente dentro do Nova Indústria Brasil – a nova estratégia brasileira de desenvolvimento industrial – as demais missões, como agroindústria, saúde, defesa, transformação digital e bioeconomia, dependem dela.

“Todas as missões dialogam com a necessidade de transição energética, portanto, em essência, a NIB tem como grande elemento de política industrial a exploração dessa vantagem competitiva”, detalhou o secretário.

O fortalecimento da indústria e da economia têm que andar lado a lado com a intenção de descarbonização. É o que defende a diretora de Estudos Setoriais do IPEA, Fernanda De Negri, que participou nesta manhã do seminário Políticas Indústrias no Brasil e no Mundo, realizado na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo ela, não será possível haver crescimento econômico ou redução das desigualdades se o modelo de produção não for transformado.

“[Para mudar os paradigmas de produção, são necessários investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação e políticas integradas. Ou seja, uma série de ações que apontam na mesma direção, que juntem subsídios, subvenções, políticas de crédito e tributárias e regulações”, disse a pesquisadora.

Transição energética é central e transversal em toda a nova política industrial

O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços no Ministério do Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira, endossou a professora do Institute for Innovation and Public Purpose (IIPP) da University College London Carlota Perez ao classificar a transição energética como uma grande “janela de oportunidade” da política industrial.

Para Uallace, essas “janelas de oportunidades podem ser otimizadas pelo adensamento e pela diversificação das cadeias produtivas, assim como do ecossistema formado ao redor delas. Isso inclui os institutos de pesquisa e inovação, universidades, empresas nacionais e estrangeiras e a articulação entre o setor público e privado.


O setor privado é estratégico para a execução desses projetos, não é o setor público que os fazem. O setor público dialoga e constrói um cenário para que o setor privado invista, crie emprego e renda. – Uallace Moreira


Mesmo que a transição energética seja uma missão independente dentro do Nova Indústria Brasil – a nova estratégia brasileira de desenvolvimento industrial – as demais missões, como agroindústria, saúde, defesa, transformação digital e bioeconomia, dependem dela.

“Todas as missões dialogam com a necessidade de transição energética, portanto, em essência, a NIB tem como grande elemento de política industrial a exploração dessa vantagem competitiva”, detalhou o secretário.

Previsibilidade é investimento

O secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Debeux, ressaltou o Plano de Transformação Ecológica, de autoria da pasta, ao mencionar os eixos em torno dos quais o debate deve estar pautado para promover a política industrial.

“Para termos um novo modelo de desenvolvimento, é preciso reorientar os estímulos existentes na economia para passarmos para um padrão que não seja meramente extrativo, sem agregação de valor, destruidor do meio ambiente e concentrador de renda”, salientou.

Debeux elencou exemplos de medidas e incentivos a esse novo modelo de desenvolvimento:

  • Criação do mercado regulado de carbono
  • Emissão de títulos soberanos sustentáveis
  • Debêntures incentivadas e debêntures de infraestrutura
  • Captação financeira de longo prazo
  • Taxonomia sustentável

O secretário-executivo destacou que a taxonomia sustentável é um elemento essencial para atrair investimento para políticas de carbono zero, uma vez que só com objetivos definidos é possível empenho financeiro.

“Quando tivermos o documento [de taxonomia sustentável], ele servirá tanto para o Fundo Clima, quanto para as outras instituições, inclusive as privadas, classificando o que é sustentável e o que não é. Vale lembrar que ele servirá como um farol, apontando para onde os recursos serão apontados”, considerou Debeux.

Conheça sobre taxonomia sustentável:

Inovação não é para qualquer um

A diretora de Energia e Descarbonização da Vale, Ludmila Nascimento, elegeu a competitividade como um dos maiores desafios para a transição energética. Uma vez que ela envolve novas tecnologias, o risco do investimento é alto. Por isso, é necessário que as soluções sejam minimamente competitivas a longo prazo.

Para Ludmilla, a infraestrutura e a mão de obra também são pontos centrais na nova política, pois é necessário modernizar o que temos e qualificar os trabalhadores para trabalhar com tecnologias novas.

A representante da segunda maior mineradora do mundo relembrou que a mudança na cadeia produtiva virá a reboque de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Desta forma, será possível dar escala às soluções tecnológicas.

Ludmilla endossou a importância da taxonomia sustentável para a competitividade do país.

“A taxonomia sustentável é fundamental para a questão da certificação. Ela é muito importante para garantir que os produtos são de baixo carbono e que isso possa gerar, eventualmente, premiações em outros mercados mais avançados. São retornos de investimentos”, afirmou.

Clima de corrida verde e seus prós e contras

O professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Carlos Ferraz argumentou que todos os países se encontram em uma realidade de “correr” pelo baixo carbono e por política industrial, ao mesmo tempo.

Embora tenhamos esses desafios comuns, promover a descarbonização é uma tarefa inerente a cada país, bem como as ferramentas usadas para isso, segundo o pesquisador. Apesar disso, é necessário direcionar atenção à efetividade e prestar atenção à qualidade dessas políticas.

“O que um país médio como o Brasil, que, de fato, está navegando com uma renovação de instrumentos de políticas, pilotos e comandantes, pode fazer? Cada centavo de valor despendido no Brasil tem que valer, em termo do impacto, muito mais que um país rico no sentido da efetividade”, ponderou o professor.

Ferraz acrescentou ainda que o “ativismo plurinacional” de implementação de medidas pelo baixo carbono promove um clima de disputa.

“Está todo mundo no mesmo barco! Esse ativismo plurinacional tem uma face de disputa, porque quem faz mais se destaca, mas tem uma contraface: todos os países estão enfrentando desafios da mesma natureza. Ou seja, todos estão aprendendo o que fazer”.

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