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Preços do boi gordo estabilizam, mas movimento de baixa ainda é ameaça

Nesta quinta-feira (24/7), os preços do boi gordo ficaram estáveis nas principais praças brasileiras, apesar da continuidade da pressão de baixa imposta pelos frigoríficos compradores, informam as consultorias.
Confira as cotações dos animais terminados, apurados no dia 24/7 pela Agrifatto; clique AQUI.
A Agrifatto e a Scot Consultoria, que acompanham diariamente o setor pecuário, não identificaram modificação nas tabelas de preços da boiadas terminadas, nem nas praças de São Paulo – onde a arroba teve baixas significativas nas duas últimas semanas –, nem em outras importantes regiões pecuárias.
Com isso, pelos dados da Scot, nas praças paulistas, o boi gordo sem padrão-exportação segue cotado em R$ 297/@, a vaca em R$ 270/@, a novilha em R$ 282/@ e “boi-China” em R$ 300/@ (preços brutos e no prazo).
Segundo apuração da Agrifatto, o macho terminado “comum” está cotado em R$ 290/@ no Estado de São Paulo, enquanto o animal com perfil para exportar vale R$ 300/@.
Desde o início de julho/25, dizem os analistas da Agrifatto, o mercado físico do boi gordo tem sido marcado por um ambiente de forte volatilidade e incerteza, resultado de diversos fatores que vêm limitando o ritmo dos negócios nas principais regiões produtoras do Brasil.
A oferta consistente de animais terminados em confinamento, o elevado número de contratos de parceria em vigor e a presença expressiva de fêmeas nas escalas de abate na região norte do País (AC, PA, RO e TO) exercem pressão contínua sobre os preços da arroba, diz a Agrifatto.
Além disso, o mercado sente o peso da concorrência de proteínas mais baratas (frango e suíno), que vêm ganhando participação no consumo interno, enquanto o escoamento da carne bovina no varejo segue bastante lento nesta segunda quinzena do mês.
Por sua vez, afirma a Agrifatto, a possível imposição de tarifa adicional (de +50%, a partir de 1º agosto/25) anunciada pelos EUA também adiciona um elemento de insegurança ao ambiente exportador, afetando diretamente a confiança dos agentes no mercado.
“O movimento predominante tem sido de baixa”, ressalta a consultoria.
No entanto, nos últimos dias, essa tendência perdeu força, cedendo lugar a uma postura mais cautelosa dos agentes, que aguardam novos sinais do mercado antes de realizar negócios com maior intensidade.
“Até o início desta semana, o número de regiões brasileira em retração de preços do boi gordo seguia elevado, mas, na quarta-feira (23/7), apenas 4 praças monitoradas (BA, ES, PA e TO) registraram desvalorização, enquanto as cotações nas outras 13 regiões acompanhadas fechararam o dia com estabilidade”, observa a consultoria.
Porém, no mercado futuro, os contratos do boi gordo recuaram nesta quarta-feira. O papel com vencimento em outubro/25, pico da entressafra, encerrou o pregão da B3 cotado a R$ 314,80/@, com leve queda diária de 0,17%.