Política
Reunidos com Castro, Riedel e grupo de governadores propõe criação do Consórcio da Paz com sede no Rio
 
																								
												
												
											O governador Eduardo Riedel (PP) disse na noite desta quinta-feira (30), após reunião com um grupo de governadores, incluindo Cláudio Castro do Rio de Janeiro, que a proposta para criação de um Consórcio da Paz é apropriada para o momento.
“ É improvável o governador Cláudio precise de tropas de outros estados, mas o consórcio dá mais condição de fazermos um enfrentamento inteligente ao crime organizado”, argumentou Riedel.
-“Acredito que ninguém fica feliz com isso porque demonstra o grau que o crime organizado está colocado em nosso País, seja no Rio, São Paulo, seja no Mato Grosso do Sul. E a gente sensibilizado tem que se unir, enquanto gestores públicos estaduais, para buscar soluções em comum. E é isso que a gente está fazendo aqui hoje, nessa visita ao governador Cláudio e abrindo uma discussão de ações efetivas no sentido de buscar soluções efetivas”, declarou Riedel.
O consórcio de estados será focado na área de segurança pública.
Castro disse que propôs que a sede do consórcio seja no Rio de Janeiro, e governadores sinalizaram concordância com a ideia.
O governo fluminense deve liderar a formulação do grupo, mas não deve presidi-lo. “É do Rio e para o Brasil”, disse Castro em entrevista coletiva.
“Nesse ‘consórcio da paz’, vamos integrar os estados por todos os meios: contingente, inteligência, apoio financeiro, enfim”, disse o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
Na reunião desta quinta, no Rio, também participaram os governadores Jorginho Mello (SC), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) por videoconferência, e Ibaneis Rocha (MDB-DF) enviou a vice, Celina Leão (PP).

Foto Reprodução
Segundo Jorginho Mello, a ideia é que o consórcio não fique restrito aos estados representados na reunião desta quinta. “Se possível for, os 27 estados. Se possível for, vamos perseguir para isto”, declarou.
Questionado sobre a diferença entre a proposta do consórcio e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública, Caiado disse que a iniciativa dos estados visa a “integração”, especialmente em “momento emergencial”.
Sobre a PEC, idealizada pelo Ministério da Justiça, Caiado renovou críticas ao seu conteúdo, dizendo que o “único objetivo” do governo federal com ela é “tirar dos governadores as diretrizes gerais da segurança pública”.
“Não temos dificuldade com a integração (com o governo federal), temos dificuldade é pela ausência do governo (federal)”, acrescentou.
O atual texto da PEC da Segurança Pública dá competência à União para estabelecer diretrizes gerais sobre o tema, poder de policiamento ostensivo à PRF (Polícia Rodoviária Federal), garante que a PF (Polícia Federal) lide contra organizações criminosas com atuação interestadual, entre outros pontos.
A posição dos governadores presentes no encontro é contrária à PEC, sob o argumento de que ela tiraria a autonomia dos estados sobre o tema. Atualmente, a proposta está em tramitação em uma comissão especial para tratar sobre o tema, na Câmara dos Deputados, com realização de audiências públicas.
Castro, porém, destacou que o consórcio não nasce como uma resposta à iniciativa do governo federal. “Queria rechaçar todo e complemente que [o consórcio] seja algo contra alguém e por causa de alguém”, disse.
“É a favor do nosso povo, é pelos nossos estados. É pelo que a gente acha que temos condições de juntos fazermos. Não é PEC ou não PEC. Cada um vai ter sua opinião diferente”, declarou.
Identificação de Mortos
O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro identificou 100 dos 121 mortos na Operação Contenção, realizada pelas Policias Civil e Militar Fluminense, nesta quarta-feira (29) no Complexo da Maré e na Penha.
Todos os corpos passaram pela necropsia, que é o exame detalhado que revela a causa e as circunstâncias da morte, mas os laudos só devem ser divulgados em um prazo de 10 a 15 dias úteis.

Os corpos identificados foram liberados para sepultamento.


 
																	
																															 
											 
											