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23 de Junho de 2025

Política

Riedel afirma que está focado no Estado, mostra exemplo de equilíbrio fiscal, critica aumento de impostos e avisa que atua para fortalecer o PSDB

Durante entrevista de quase trinta minutos à Veja, o governador Eduardo Riedel (PSDB) falou sobre uma extensa pauta com abordagens econômica, política, sobre turismo, segurança, habitação e desenvolvimento do Estado. Reafirmou que está focado no Estado e no equilíbrio fiscal e disse que a discussão para 2026 começou “muito cedo”.

Concedida na semana passada, a entrevista de Riedel é mais que um apanhado do seu posicionamento político, da sua relação com o Governo Federal, da sua movimentação no cenário partidário e de uma ou outra revelação quanto aos apoios para 2026.

O governador posicionou-se e foi tratado como uma liderança tucana no país com um senso aguçado de Governança do Estado, cuja taxa de crescimento é quase o dobro da média nacional. Com mais de 75% de aprovação, segundo as pesquisas mais recentes, Riedel criticou o aumento de impostos pelo Governo Federal, citou o exemplo do equilíbrio fiscal que alcançou no Estado, mas destacou a agenda propositiva que o Governo Federal lidera em Mato Grosso do Sul.

Economia – Ao criticar o aumento de impostos, a exemplo da alta do IOF, Riedel afirmou que esta não é a solução para o país.  “O Brasil veio resolvendo seu problema fiscal em cima de aumento de tributos e acredito que não há mais espaço para isso. Precisamos liderar uma agenda de reformas, de reestruturação do gasto, para poder resolver o problema fiscal”, analisou o Governador.

Para ele, existem outros caminhos capazes de estabelecer o equilíbrio fiscal. “Nós, por exemplo, não aumentamos impostos no Mato Grosso do Sul, mesmo com a perspectiva da reforma tributária onde somos um Estado perdedor no que diz respeito ao modelo fiscal, porque a reforma é baseada no consumo”, explicou.

Mesmo diante deste cenário, o Estado tem hoje a menor alíquota de ICMS do país, em torno de 17%. “Estamos fazendo um enfrentamento das despesas para não afetar ainda mais o contribuinte”, avisou, complementando que defende uma economia com mais livre iniciativa.

Segundo Riedel, o Brasil precisa liderar uma agenda de reformas, de reestruturação da qualidade do gasto. “E eu não vejo esta iniciativa por parte do Governo Federal”, comentou. A discussão política, segundo ele, precisa trazer junto a discussão de reformas essenciais ao país, como a administrativa, a previdenciária, do incremento das parcerias público-privadas, de concessões e de fortalecimento das agências regulatórias.

– “E esta não é uma agenda de esquerda ou de direita. É uma agenda necessária ao país”, ponderou.

Relação com o Governo Federal – Ao tratar da relação com Governo Federal, Riedel apontou que é positiva.  “Temos trabalhado em um diálogo permanente com os Ministros em vários projetos de interesse comum ao Brasil e a Mato Grosso do Sul. “Separo muito bem a crítica como oposição ao Governo Federal”, advertiu.

– “Somos gratos à boa agenda propositiva que o presidente Lula lidera em relação ao nosso Estado. Trabalhamos diretamente com os Ministros em projetos como o acesso à ponte da rota bioceânica e a construção da própria ponte entre Porto Murtinho no MS e Carmelo Peralta no Paraguai, no anel viário de Três Lagoas, na discussão das ferrovias”, enumerou, citando também as duas concessões mistas (MS e Governo Federal) de rodovias, além dos investimentos em aeroportos.

Na área da habitação, o Governador também reconhece a presença importante do Governo Federal. “Trabalhamos no sentido de buscar resultados, quem ganha é o cidadão”, definiu.

Política – Cortejado por legendas como o PSD de Gilberto Kassab, o PL de Valdemar Costa Neto e o Progressistas de Ciro Nogueira e a própria senadora Tereza Cristina (PP), Riedel adiantou que não “tem nada certo” sobre sua saída do PSDB. Ao contrário, disse que no momento tem buscado o fortalecimento da legenda. “Os convites são naturais”, admite.

Ele reforça que Mato Grosso do Sul é o Estado onde o PSDB tem a maior força proporcional do país – 60% prefeitos, 40% bancada federal e 25% da bancada estadual. “Não precisa acelerar o movimento individual do Governador ou dos prefeitos. A gente tem que ouvir a base do partido no Estado porque temos um grupo político e qualquer movimentação vai afetar a todos. Então temos que aliar o campo ideológico com o conjunto destas forças”, adiantou.

Mesmo com o fracasso da fusão do Podemos com o PSDB, movimento que era alardeado como meio de sobrevivência da sigla, Riedel afirma ver espaço para a construção de alianças com outras legendas, como o MDB e o Republicanos.

– “O PSDB está em um caminho de consolidação de conversas com outros partidos que pode resultar em uma força política importante. É fundamental que haja diálogo com partidos do mesmo espectro ideológico que venham a colocar uma nova força política no cenário político brasileiro”, defende.

Riedel diz que os partidos estão movimentando-se em uma nova dinâmica. “Não tem como ter 35 partidos no país. O que o PSDB está fazendo é manter um diálogo aberto com legendas do mesmo espectro ideológico”, admite. A fusão do PP com o União Brasi, por exemplo, é citada por Riedel como a formação exemplo de uma nova força política no país.

Focado no Estado – Sobre o cenário para 2026, o governador avalia que, mesmo com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, o ex-presidente continuará como uma grande liderança da centro-direita e reconheceu a gama de potenciais candidatos governadores para o pleito, incluindo uma chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Tereza Cristina – ou até mesmo a aliada como candidata ao Palácio do Planalto.

– “A Tereza é uma candidata a presidente da República, é um possível nome. Um nome nacional altamente qualificado, preparadíssima e que está dando uma grande contribuição para o Brasil. Tem todas as condições de assumir qualquer candidatura em uma majoritária nacional, seja para presidente, seja para vice, seja como for”, destacou o Governador.

Para o governador, este é um ano de arranjo partidário. “Vou avançar por etapas, primeiro na discussão partidária e depois pensar na chapa 2026 dentro do Estado. “Temos o ex-governador Reinaldo Azambuja como pré-candidato ao Senado e ele terá meu apoio”, adiantou.

– “Neste momento estou muito focado na gestão do Estado”, ressaltou e lamentou que a discussão sobre 2026 tenha começado de forma tão prematura já desde o ano passado.

Desenvolvimento e Turismo – Ao confirmar que Mato Grosso do Sul tem recebido um volume muito grande de investimento, Riedel garantiu que o Governo está trabalhando para dar mais competitividade ao Estado com investimentos nas áreas de logística e infraestrutura.

Sobre o destaque que o turismo no Estado está conquistando, cada vez mais em todo o mundo, o governador reforçou que trabalha para dar mais visibilidade aos recursos naturais, como Bonito e Pantanal. “Temos uma estratégia clara, baseada em mobilidade (rodovias e aeroportos), conectividade e promoção dos nossos destinos, com a participação em Feiras estratégicas para o trade em todos os continentes”, disse.

Com a entrada em operação da rota bioceânica, a partir de 2027, o governador acredita que o fluxo de turistas no Estado vai aumentar, atraindo mais visitantes da América do Sul.

Segurança – Sobre a PEC da Segurança, Riedel admitiu tratar-se de um dos temas mais sensíveis do país, em razão da escalada de protagonismo das grandes organizações criminosas. “Temos mantido um verdadeiro cinturão de combate ao tráfico na faixa de fronteira. Hoje 40% dos presos no Estado respondem por crimes federais”, afirmou, acrescentando que a segurança precisa passar por um movimento de integração.

Na avaliação de Riedel há muitas situações que precisam ser esclarecidas com o Ministério da Justiça em relação a PEC da Segurança. ‘É um tema complexo que está sendo pouco discutido”, advertiu, citando como exemplos banco de dados que não se comunicam, tecnologias distintas sendo usadas por diferentes corporações que também não se comunicam, além de alguns governadores defenderem até mesmo legislações estaduais.

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