agronegócio
Sem espaço para reação no atacado, indústria mantém valores do quilo vivo e dos principais cortes de suíno

A indústria de carne suína adotou uma postura comedida nas negociações, mantendo os preços estáveis tanto no quilo vivo quanto nos principais cortes vendidos no atacado. A cautela ocorre diante de um cenário em que o atacado não apresenta espaço para recuperação, segundo o analista de Safras & Mercado, Allan Maia.
Segundo Maia, o ambiente para a segunda quinzena apresenta possível desaceleração da demanda tanto na ponta final quanto na reposição. Por outro lado, a competitividade da carne suína em relação à carne de frango tem se mostrado favorável, ajudando na manutenção de preços. “Os suinocultores buscaram sustentação de preços, mantendo a oferta de animais controlada”, explica o analista.
Além disso, exportações aceleradas, puxadas principalmente pelas compras das Filipinas, contribuem para reduzir a oferta no mercado interno. Os custos com nutrição permanecem sob controle, representando outro fator favorável ao setor.
Preços estáveis no país
De acordo com levantamento de Safras & Mercado, os preços médios da semana foram:
- Quilo do suíno vivo: R$ 7,91
- Corte de pernil no atacado: R$ 13,40
- Carcaça: R$ 12,49
Na arroba suína em São Paulo, o preço se manteve em R$ 166,00. Em outros estados:
- Rio Grande do Sul: Integração R$ 6,75; interior R$ 8,40
- Santa Catarina: Integração R$ 6,70; interior R$ 8,40
- Paraná: Mercado livre R$ 8,50; integração R$ 6,90
- Mato Grosso do Sul: Campo Grande R$ 8,05; integração R$ 6,70
- Goiás: R$ 8,00
- Minas Gerais: Interior subiu de R$ 8,30 para R$ 8,40; mercado independente R$ 8,50
- Mato Grosso: Rondonópolis R$ 8,00; integração R$ 7,20
Exportações continuam em bom ritmo
As exportações brasileiras de carne suína “in natura” renderam US$ 105,327 milhões em outubro (8 dias úteis), com média diária de US$ 13,165 milhões. A quantidade total exportada foi de 41,920 mil toneladas, média diária de 5,240 mil toneladas, e o preço médio ficou em US$ 2.512,6.
Em relação a outubro de 2024, houve pequenas quedas:
- Valor médio diário: -1,7%
- Quantidade média diária: -0,9%
- Preço médio: -0,8%
Segundo especialistas, a estabilidade nos preços internos, aliada ao ritmo de exportações, contribui para a manutenção do equilíbrio na cadeia suinícola, mesmo diante de possíveis desafios na demanda doméstica.