agronegócio
Tecnologia do setor elétrico pode transformar o agro com IA e Visão Computacional
As tecnologias de Inteligência Artificial (IA) e Visão Computacional, aplicadas tradicionalmente em projetos de monitoramento de reservatórios hidrelétricos, rios e áreas florestais, têm potencial para revolucionar a agricultura brasileira. É o que explica William Cesar Farias, pesquisador do Lactec, um dos principais centros de pesquisa, tecnologia e inovação do país.
Segundo ele, os sistemas desenvolvidos para identificar troncos flutuantes, macrófitas e espécies nativas podem ser adaptados para o campo, automatizando a detecção precoce de pragas, doenças e deficiência hídrica nas lavouras, além de otimizar o manejo de recursos naturais.
Computacional na agricultura
A Visão Computacional funciona como uma extensão da capacidade humana de observação. Por meio de algoritmos de deep learning (aprendizado profundo), as máquinas aprendem a reconhecer padrões visuais a partir de milhares de imagens. “No setor elétrico, usamos a tecnologia para identificar troncos flutuantes e espécies nativas. No agronegócio, o mesmo sistema consegue analisar folhas com sinais de doença, áreas com falta de água e problemas de produtividade”, explica Farias.
A automação permite resposta rápida e decisões mais precisas, reduzindo perdas e otimizando recursos. Futuramente, sistemas mais leves poderão processar informações em tempo real no campo, por meio de câmeras acopladas a tratores ou drones, sem depender de conexão constante com a nuvem.
Potencial econômico da IA
O impacto da IA no agronegócio faz parte de um movimento econômico global maior. Um estudo da PwC, publicado em abril de 2025, estima que a Inteligência Artificial pode adicionar 13 pontos percentuais ao PIB brasileiro até 2035, com um aumento de até 15 pontos percentuais em nível mundial.
No entanto, o relatório “Value in Motion” alerta que esse crescimento depende da adoção responsável da tecnologia e da confiança da sociedade. Sem isso, o potencial econômico do país poderia cair para apenas 0,6 ponto percentual.
Segundo a PwC, a economia global já está passando por mudanças rápidas: em 2025, US$ 7,1 trilhões em receitas poderão ser transferidos entre empresas — no Brasil, esse valor é estimado em US$ 130 bilhões, evidenciando o impacto da inovação tecnológica no mercado.

