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27 de Novembro de 2025

agronegócio

Tilápia impulsiona 600 mil empregos e já representa 68% da produção aquícola no Brasil e 97,6% em MS

Presente em mais de 110 mil propriedades rurais, a espécie consolida o país entre os maiores produtores do mundo e pode alcançar 80% da piscicultura nacional até 2030.

A tilápia se consolidou como o principal peixe cultivado no Brasil, representando 68% da piscicultura nacional em 2024. Segundo dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), o país produziu 660 mil toneladas da espécie no ano e deve ampliar essa participação para 80% até 2030.

O desempenho coloca o Brasil entre os maiores produtores mundiais de tilápia, destacando sua importância econômica e social. “A tilápia foi a proteína animal que mais cresceu nos últimos 11 anos. Ela fortalece o produtor, dinamiza a indústria e atende um consumidor cada vez mais exigente em saúde e qualidade alimentar”, afirma Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR.

Com presença em mais de 110 mil propriedades rurais, a tilapicultura é uma atividade predominantemente familiar, composta por cerca de 98% de pequenos produtores. A cadeia produtiva movimenta mais de 600 mil empregos diretos e indiretos, sendo um importante vetor de desenvolvimento regional e social.

Os principais polos de produção estão localizados no Oeste do Paraná, na região dos Grandes Lagos (SP e MS), em Morada Nova de Minas (MG) e em diversas áreas de Santa Catarina.

Mato Grosso do Sul

Mas o avanço ocorre em meio à preocupação do setor com a proposta nacional que tenta classificar a tilápia como espécie exótica invasora, medida que, segundo produtores e parlamentares, pode gerar insegurança jurídica e afetar a principal cadeia aquícola do Estado.

Segundo o IBGE, o peixe representa 97,6% da produção aquícola estadual, totalizando 22,1 milhões de quilos e movimentando R$ 212 milhões em 2024. Selvíria está entre os 20 maiores produtores do País, com Itaporã, Aparecida do Taboado, Dourados, Mundo Novo, Brasilândia, Paranaíba, Sidrolândia, Ponta Porã e Deodápolis.

A possível inclusão da tilápia na lista de espécies exóticas invasoras, que está em análise pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio) acende um alerta em Mato Grosso do Sul justamente em um momento de avanço das exportações e de resiliência da piscicultura.

De acordo com a gestora do Programa Peixe Vida, Cinthia Baur, atualmente Mato Grosso do Sul tem 3.324 hectares de piscicultura, com 10.305 viveiros e 2.456 tanques-rede. Os maiores produtores estão nos municípios de Terenos, Mundo Novo, Paranaíba e Aparecida do Taboado.

“Esses números vêm crescendo após as mudanças implementadas neste ano no Programa Peixe Vida. Nossa meta é atingir 50 mil toneladas de produção até o fim de 2025”, informou Cinthia, durante um evento do setor na última semana.

Medeiros ressalta que o avanço do setor já coloca o Brasil em posição de destaque no cenário internacional. “O país deve encerrar esta década como o terceiro maior produtor mundial de tilápia, muito próximo do segundo lugar. Os investimentos em genética, nutrição e processamento já sustentam essa projeção”, destaca o executivo.

Regulação são desafios

Apesar do crescimento expressivo, o setor ainda enfrenta entraves regulatórios que afetam sua competitividade frente a outras cadeias de proteína animal, como aves e suínos.“A tilapicultura é hoje uma das atividades mais reguladas do país. Para que continue avançando, é essencial reduzir a burocracia e buscar isonomia com outros setores do agronegócio”, reforça Medeiros.

A Peixe BR defende que a simplificação de processos e o fortalecimento da governança pública podem impulsionar ainda mais a produção e a geração de renda no campo.

Sustentabilidade

Reconhecida por ser uma atividade de baixo impacto ambiental, a tilapicultura contribui para o desenvolvimento sustentável da produção de alimentos no Brasil. Além de gerar emprego e renda, a criação de tilápia demanda menos recursos hídricos e tem alta eficiência na conversão alimentar, o que a torna uma alternativa estratégica para atender ao crescimento global da demanda por proteína animal.

Com investimentos contínuos em inovação, manejo e tecnologia, o Brasil se consolida como um dos protagonistas globais da aquicultura, reforçando o papel da tilápia como símbolo de produtividade, sustentabilidade e inclusão no campo.

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