Connect with us
25 de Novembro de 2025

Economia

Verruck apresenta à Europa matriz energética 94% renovável durante Fórum Empresarial em Roma

Mato Grosso do Sul levou ao LIDE Brasil Itália Fórum, realizado nesta terça-feira (25), em Roma, um dos dados mais relevantes da transição energética brasileira: o Estado opera hoje com 94% de matriz renovável, índice superior ao do próprio país, que está em 85%.

O secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) apresentou o desempenho sul-mato-grossense durante o Painel 2, sobre Transição Energética e Minerais Estratégicos, que discutiu iniciativas e cooperação bilateral entre Brasil e Itália.

O debate reuniu nomes de destaque do setor energético e industrial, entre eles Hélio Costa, presidente do Conselho de Administração da Light; Jean Paul Prates, head do LIDE Energia e ex-presidente da Petrobras; Tommaso Cassata, conselheiro geral da Sicindustria; Riccardo Pozzi, diretor da Enel Itália; e Roberto Giannetti, head do LIDE Comércio Exterior. A moderação ficou a cargo de João Doria Neto, CEO do LIDE Global, e de Giacomo Guarnera, presidente do LIDE Itália. A Enel foi a empresa anfitriã do painel.

A participação integra missão empresarial organizada pela Fiems. Ainda na segunda-feira (24), em Roma, o titular da Semadesc acompanhou o vice-presidente da Federação das Indústrias, Crosara Júnior, em reunião com o presidente da Confindustria, Marco Nocivelli, reforçando a importância do acordo Mercosul–União Europeia e abrindo novas perspectivas de internacionalização para a indústria sul-mato-grossense.

Transição energética e biometano em MS

Ao apresentar o panorama energético do Estado, Jaime Verruck destacou que Mato Grosso do Sul consolidou liderança nacional em energia proveniente de biomassa. “As usinas sucroenergéticas e indústrias de celulose respondem por grande parte da energia produzida localmente e aproximadamente metade do total gerado é injetado no Sistema Interligado Nacional”, informou. O secretário observou que o Brasil já possui capacidade de geração superior à demanda, mas enfrenta gargalos de transmissão e distribuição. “Alguns empreendimentos deixam de se conectar por falta dessa infraestrutura, não por ausência de energia e o governo federal deve realizar novos leilões para ampliar a rede”, acrescentou.

O titular da Semadesc também apresentou o caso do Pantanal como exemplo de transição energética justa. Para levar energia às comunidades da planície, o Estado substituiu a instalação de linhas convencionais por sistemas solares individuais com bateria. “Hoje, três mil pontos no Pantanal Sul-Mato-Grossense operam com energia solar instalada em cada residência, reduzindo impactos ambientais e garantindo acesso contínuo, modelo que pode ser replicado em regiões remotas da Amazônia e do Pará”, ressaltou.

Na avaliação do secretário, o próximo desafio da transição energética brasileira está na descarbonização do diesel. Como o Estado não possui volume de resíduos urbanos suficiente para produção de biometano em aterros, a rota adotada está ancorada na bioenergia. “Mato Grosso do Sul já soma mais de R$ 3 bilhões em projetos de biometano destinados à substituição do diesel no transporte, incluindo o desenvolvimento do Corredor Azul, que conecta a produção local à logística de cargas. Caminhões Iveco e Scania, fabricados para operar a biometano, já estão em testes em rotas de proteína animal rumo a São Paulo”, pontou.

Os avanços recentes da agenda climática internacional também foram destacados pelo secretário. Na COP 30, Mato Grosso do Sul aderiu ao sistema europeu de Selo Verde, em parceria com a AL-Invest, assegurando que produtos sul-mato-grossenses tenham rastreabilidade ambiental exigida pelos mercados europeus com o EUDR. Para ele, cabe ao poder público oferecer garantias ambientais e regulatórias a importadores e exportadores, consolidando a confiança necessária para novos fluxos de comércio.

Jaime Verruck reforçou ainda o compromisso do Estado com a neutralidade de carbono. Há uma década, Mato Grosso do Sul definiu 2030 como meta para se tornar território carbono neutro e estruturou políticas como pagamento por serviços ambientais para recomprar direitos de desmatamento, inventário obrigatório de emissões em todas as indústrias e ampliação das rotas de carne carbono neutro e carne de baixo carbono, validadas cientificamente pela Embrapa. “A COP 30 demonstrou que o Brasil possui base científica sólida para comprovar a sustentabilidade de sua produção agropecuária e energética, e Mato Grosso do Sul reafirma que, em 2030, o território estadual será carbono neutro”, finalizou.

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Tudo que é notícia no Mato Grosso do Sul aparece aqui. Ficou mais fácil e rápido ter acesso aos fatos que importam para o seu bolso, a política, a economia, o meio-ambiente, o setor produtivo e tudo o mais que acontece nos 79 municípios.

Contato
conectems.ms@gmail.com
67 99272 9790

Web site criado e mantido pela UCR Comunicação Ltda
Matriz Brasília/DF: SQNW 108, Bloco G, Noroeste, (61) 3257 5794
Filial Campo Grande: Av. Afonso Pena, 5723 - Sala 1504, Bairro Royal Park, Edifício Evolution Business Center
Todos os direitos reservados