Curso de Estamparia com identidade indígena é realizado na Aldeia Marçal de Souza

A Aldeia Marçal de Souza, localizada na região do bairro Tiradentes, em Campo Grande MS, será palco de um curso especial voltado para a valorização da arte e da cultura dos Povos Indígenas. Entre os dias 07 a 11 de julho de 2025, acontece o curso “Estamparia: Grafia Tradicional Indígena e Animais do Pantanal MS”, o local dos encontros é o Memorial da Cultura Indígena Enir Terena.

A oficina é ministrada nos períodos matutino e vespertino totalizando 40 horas aulas e tem como público principal as mulheres e jovens indígenas da Aldeia Marçal de Souza, mas também está aberta à participação de interessados de outras aldeias do contexto urbano de Campo Grande, com o objetivo de fortalecer o intercâmbio entre as comunidades e promovendo o diálogo entre diferentes experiências culturais.

O curso é uma ação do projeto contemplado pelo Edital nº 23/2024 – Moda & Design, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) através da FCMS (fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul). A realização da oficina conta ainda com o apoio da SECULT (Secretaria Executiva da Cultura de Campo Grande ), por meio da cessão do espaço físico do Memorial da Cultura Indígena Enir Terena, um local simbólico e de grande importância para a memória e afinidade dos Povos Indígenas na capital sul-mato-grossense.

Segundo a proponente do projeto, Natielly Terena, a oficina vai muito além do aprendizado técnico: “Queremos que todos os participantes descubram, por meio da estamparia, formas de expressar a identidade indígena e gerar renda com aquilo que é nosso, que vem da nossa história e da nossa arte. A moda pode ser uma ferramenta de luta e visibilidade para os nossos povos”.

Durante os cinco dias de curso, os participantes irão aprender técnicas básicas de estamparia artesanal utilizando grafismos tradicionais, além de representar elementos da fauna do Pantanal de MS, como símbolo de conexão entre território, natureza e a identidade indígena. Ao final, será realizada uma pequena mostra com as peças produzidas no mesmo local das aulas.

A oficina é gratuita, com certificação para todos os participantes. A ação reforça o papel das políticas públicas culturais no fomento à criatividade, no fortalecimento da economia da cultura e no respeito à diversidade étnica do nosso Estado.

“Essa oficina é um sonho antigo nosso, de poder transformar os grafismos da nossa cultura em uma arte que gera autoestima e renda. É uma forma de ocuparmos nossos espaços com beleza, força e identidade,”diz Natielly Souza Terena.