agronegócio
Petrobras projeta que fábricas de fertilizantes em MS e mais 3 Estados vão reduzir dependência do país por fertilizantes importados

A retomada dos investimentos da Petrobras em fábricas de fertilizantes poderá reduzir a dependência do Brasil por insumos importados. A estimativa foi apresentada pela presidente da estatal, Magda Chambriard, durante a 5ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Fertilizantes (Confert), realizada na terça-feira (22) na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília.
De acordo com Chambriard, a entrada em operação de quatro fábricas da Petrobras, localizadas no Paraná, Bahia, Sergipe e Mato Grosso do Sul, permitirá que até 2028 sejam atendidos 35% da demanda nacional por fertilizantes à base de ureia. “O agro e o setor de petróleo estão se fundindo cada vez mais. E o fertilizante é uma excelente oportunidade para a gente ampliar o nosso mercado de gás”, afirmou.
Projeto UFN-III em Três Lagoas
A unidade de produção de fertilizantes estava parada desde 2015 e o processo de reavaliação do projeto começou ano passado, em função da aprovação do retorno da Petrobras ao segmento de fertilizantes. O investimento estimado para conclusão da UFN-III é cerca de R$ 3,5 bilhões e a previsão de início de operação é 2028.
O projeto da UFN III prevê a produção anual de cerca de 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil de toneladas de amônia. A unidade localiza-se próxima aos principais mercados consumidores destes produtos e atenderá majoritariamente os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e São Paulo. A localização estratégica traz mais confiabilidade em relação às alternativas de suprimento deste mercado, cuja demanda por ureia fertilizante apresenta tendência de crescimento.
Além disso, o projeto apresenta modernos equipamentos e tecnologias em produção de fertilizantes, resultando em elevada eficiência da planta.
A amônia é uma matéria-prima para a produção de fertilizantes e petroquímicos, além de outros produtos agropecuários; e a ureia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado no Brasil, cuja demanda nacional é estimada em cerca de 7 milhões de toneladas para 2024, sendo integralmente importada atualmente. O milho é a principal cultura para demanda de ureia fertilizante no Brasil, mas o produto também é utilizado no cultivo de cana-de-açúcar, café, trigo e algodão, entre outros. A ureia também será destinada ao segmento da pecuária, utilizada como complemento alimentar para animais ruminantes.
Brasil Importa 100% da Ureia
Segundo o MDIC, o Brasil importa atualmente quase 100% da ureia utilizada na agricultura. As quatro unidades da Petrobras que receberão os investimentos são as fábricas de Araucária (Ansa), no Paraná; Fafen, na Bahia e em Sergipe; e UFN-III, em Três Lagoas (MS). Os aportes previstos somam R$ 900 milhões entre 2025 e 2029. De acordo com a presidente da companhia, os projetos já geram entre 13 mil e 15 mil empregos.
Durante a reunião do Confert, o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, destacou o impacto da medida para a economia do país. “Brasil é grande exportador, produtor e exportador de proteína animal e vegetal. Neste ano nós vamos ter uma safra recorde, 10% a mais. E a demanda por fertilizantes é crescente”, afirmou.