Economia
Comitiva de empresários brasileiros se prepara para ir a Washington na próxima semana

Uma comitiva de empresários brasileiros se prepara para viajar aos Estados Unidos na próxima semana, em uma tentativa de negociar a redução das tarifas impostas sobre produtos brasileiros. O grupo inclui representantes de associações setoriais, federações estaduais e grandes empresas do Brasil. A agenda da missão empresarial será centralizada em Washington e vai acontecer nos próximos dias 3 e 4 de setembro.
A defesa do Brasil será conduzida em Washington pelo embaixador Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio, em articulação com escritórios especializados em lobby e com o apoio da embaixada.
A comitiva será liderada pela CNI, cujo presidente Ricardo Alban destaca a importância de uma atuação convergente entre governo e indústria para enfrentar os desafios impostos pela taxação de 50% sobre exportações brasileiras, prevista na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA. Segundo ele, a estratégia é buscar novas exceções à regra, ampliando o rol de produtos com tarifas reduzidas. Para tanto, a CNI propõe estratégia que contemple resposta e acompanhamento da investigação 301; e engajamento nos EUA com públicos de interesse, com intuito de criar canais de diálogo entre os dois governos.
Entre os integrantes da comitiva, estão dirigentes de associações de diversos setores — brinquedos (Abrinq), máquinas e equipamentos (Abimaq), têxtil (Abit), alumínio (Abal), carnes (Abiec), madeira (Abimci), café (Cecafé), ferramentas (ABFA), cerâmica (Anfacer), rochas (CentroRochas), couros (CICB), entre outros —, além das federações estaduais da Indústria de Goiás (Fieg) e de Santa Catarina (Fiesc). Empresas como Tupy, Embraer, Stefanini, Novelis e Siemens Energy também já confirmaram presença.
A programação inclui encontros com escritórios de advocacia e lobby, reuniões na Embaixada do Brasil em Washington, diálogos com lideranças da US Chamber of Commerce e com autoridades do governo americano. Está prevista ainda uma plenária com empresários dos dois países e participação em audiência pública do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), no âmbito da investigação da Seção 301.
Segundo Alban, além da defesa comercial, o setor industrial levará propostas alinhadas a interesses dos EUA, como parcerias para produção de combustível sintético de aviação (SAF) e etanol, instalação de data centers no Brasil e exploração de minerais de terras raras. “Queremos mostrar que há espaço para uma negociação séria, técnica e comercial, que traga ganhos para ambos os lados”, afirmou.
A defesa do Brasil será conduzida em Washington pelo embaixador Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio, em articulação com escritórios especializados em lobby e com o apoio da embaixada.