agronegócio
IBGE anuncia que safra do Governo Lula deve recuar 3,7% em 2026
A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas deve somar 332,7 milhões de toneladas em 2026. Esse resultado representa recuo de 3,7% em comparação a este ano.
As estimativas foram divulgadas nesta quinta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que, todos os meses, apresenta o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Essa é a primeira edição a trazer dados para 2026.
Ao comentar a passagem de um ano com colheita recorde para outro com recuo na safra, o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, aponta a influência de fatores climáticos.
O levantamento do IBGE investiga 16 produtos: algodão (caroço de algodão), amendoim, arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo, triticale (originário do cruzamento entre trigo e centeio), canola e gergelim. Os dois últimos aparecem pela primeira vez na pesquisa.
Na comparação dos prognósticos de 2025 e 2026, a agricultura brasileira deve ter redução principalmente nas seguintes culturas:
- milho (-9,3% ou -13,2 milhões de toneladas)
- sorgo (-11,6% ou -604,4 mil toneladas)
- arroz (-6,5% ou -815,0 mil toneladas)
- algodão (-4,8% ou -466,9 mil toneladas)
- trigo (-3,7% ou -294,8 mil toneladas),
- feijão (-1,3% ou -38,6 mil toneladas)
- amendoim em casca (-2,1% ou -25,5 mil toneladas)
Influência dos preços
O preços mais baixos do algodão, arroz e feijão levam produtores a diminuir as áreas plantadas. No caso do algodão, 3 anos de safra crescente derrubaram o valor da colheita. Na agricultura, os produtores podem escolher qual produto plantar, baseados em informações de rentabilidade. O feijão deve ver a safra (3 milhões de toneladas) reduzir 1,3%. “Mas ainda assim atendendo ao consumo brasileiro”, ressalva o IBGE.
Soja
No sentido oposto, o IBGE estima crescimento na safra da soja, que deve expandir 1,1% e chegar a 167,7 milhões de toneladas. O país é o maior produtor e maior exportador global da oleaginosa. “A área plantada deve crescer 0,3%; e a produtividade, 0,8%, muito em função da possível recuperação da safra gaúcha, muito prejudicada em 2025. Chuvas escassas e irregulares têm trazido preocupação aos produtores do Centro-Oeste”, explica o IBGE.
O IBGE divulgou também que a capacidade de armazenagem agrícola no país cresceu 1,8% no primeiro semestre deste ano em comparação com o segundo semestre de 2024, chegando a 231,1 milhões de toneladas.
Capacidade dos métodos de armazenamento:
- silos: 123,2 milhões de toneladas (53,3% da capacidade útil total do país);
- armazéns graneleiros e granelizados: 84,2 milhões de toneladas (36,4%);
- armazéns convencionais, estruturais e infláveis: 23,8 milhões de toneladas (10,3%).
Em 30 de junho deste ano o Brasil tinha estoque total de 79,4 milhões de toneladas. Mais da metade era soja (48,8 milhões de toneladas), seguida pelo milho (18,1 milhões), arroz (6,1 milhões), trigo (2,4 milhões) e café (600 mil).
A capacidade de armazenagem e gerenciamento de estoque são utilizados na agricultura com forma de buscar maior rentabilidade para o agricultor, permitindo a escolha do melhor momento para a venda da produção no mercado.
Conab
Também nesta quinta-feira, a Companhia Nacional Abastecimento (Conab), empresa pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, divulgou que a safra 2025/2026 deve ser de 354,8 milhões de toneladas de grãos.

