Economia
Água passa a ser ativo estratégico e impacta no valor de mercado das empresas

A água deixou de ser apenas um insumo operacional e passou a influenciar diretamente o valor de mercado das empresas. Relatório da MSCI aponta que companhias com baixo desempenho ambiental podem sofrer descontos de até 5% no valuation, reflexo da pressão crescente de fundos e auditorias ESG por métricas de resiliência hídrica.
A falta de gestão eficiente do recurso e do reúso impacta principalmente indústrias em regiões críticas. Soluções como perfuração técnica de poços, reúso por eletrodiálise reversa e monitoramento digital em tempo real têm ajudado empresas a proteger seus ativos, reduzir perdas e se adequar às exigências do mercado. “A água se tornou um ativo invisível, mas decisivo. Quem não sabe quanto consome, como reutiliza ou onde perde, não está apenas desperdiçando recursos, está desvalorizando o próprio negócio”, afirma Fabrício Zapata de Oliveira, Diretor da Engeper Ambiental.
Exemplos práticos já mostram resultados concretos: em uma indústria de bebidas, a adoção dessas tecnologias reduziu em 90% a condutividade da água, recuperou 80% do volume de concentrado da osmose e permitiu incluir indicadores de resiliência hídrica em relatórios ESG, fator decisivo em auditorias e negociações com investidores.
Com a intensificação de eventos extremos e 12% dos municípios industriais enfrentando algum grau de escassez, tratar a água como ativo estratégico tornou-se essencial. Empresas que não adotam práticas de gestão hídrica correm riscos financeiros, reputacionais e de acesso a capital, enquanto as que se antecipam ganham competitividade no mercado. “A empresa que não trata água como ativo estratégico vai sofrer não só financeiramente, mas também em reputação e acesso a capital. A hora de agir é agora”, conclui Zapata.