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07 de Dezembro de 2024

agronegócio

Boas práticas de manejo alavancam pecuária do Pantanal

A participação do rebanho pantaneiro no total do estado saiu de 3.639.744 animais em 2014 e chegou a 3.740.554 em 2024.

A pecuária no Pantanal tem passado por mudanças significativas impulsionadas pela adoção de novas práticas que visam aumentar a eficiência produtiva e preservar o bioma. Embora o rebanho de Mato Grosso do Sul tenha diminuído 11,5% entre 2014 e 2024, o rebanho pantaneiro cresceu 3%. Essa diferença se deve à diversificação de culturas em outras regiões do estado e à intensificação da produção na planície pantaneira, que permitiu o aumento do número de animais nas propriedades.

A participação do rebanho pantaneiro no total do estado passou de 17% para 20%, saindo de 3.639.744 animais em 2014 e chegando a 3.740.554 em 2024. A solução para garantir a sustentabilidade e aumentar a produtividade mesmo diante de intempéries climáticas da região, é a adoção de tecnologias e boas práticas de manejo. Segundo o consultor técnico do Sistema Famasul, Diego Guidolin, “é importante que os produtores garantam alimentação adequada aos animais durante todo o ano para que consigam manter os índices de produção desejados”.

Muitos produtores já substituíram parte do pasto nativo por gramíneas comerciais mais produtivas, um exemplo é a utilização da Brachiaria humidicola, uma espécie de braquiária pouco exigente quanto a fertilidade e extremamente adaptada a solos alagados, típico da região pantaneira.

Além disso, a estação de monta tem sido uma estratégia eficiente para otimizar o manejo reprodutivo, concentrando os nascimentos em uma janela de três meses e facilitando o controle de desmama e vacinas. Outra técnica é a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), que consiste em sincronizar o ciclo estral das fêmeas para que elas apresentem cio no mesmo período. Atualmente 90% das inseminações realizadas no Brasil utilizam esse método de sincronização de cio.

A pecuária pantaneira já é referência na produção de bezerros, e a tendência, segundo Guidolin, é que essa posição se consolide ainda mais nos próximos anos. O bioma abriga uma porcentagem significativa do rebanho de bovinos, equinos e ovinos do estado, representando 30%, 28% e 21%, respectivamente. O Pantanal sul mato-grossense é responsável pela produção de 800 mil bezerros/ano, 15% da produção do MS, que é o 4º maior produtor de carne bovina do país. “A preservação ambiental e a qualidade do produto são trunfos dos pecuaristas pantaneiros para atender às exigências dos mercados consumidores”.

Instituições como o Senar/MS têm desempenhado um papel fundamental ao promover treinamentos e assistência técnica para os produtores. O programa Ateg Pantanal, por exemplo, oferece suporte gerencial e técnico para otimizar a gestão das propriedades. Já o programa SuperAçãoPantanal, iniciado em 2024, visa auxiliar os produtores a se recuperarem dos prejuízos causados pelos incêndios na região.

Com a adoção crescente de tecnologias e a assistência contínua de instituições, a pecuária no Pantanal continua a se modernizar, a fim de buscar um equilíbrio entre produtividade e preservação ambiental, em meio aos desafios impostos pelas mudanças climáticas.

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