Política
Conselheiros Tutelares enfrentam o desafio da violência infantil em Mato Grosso do Sul

O mês de maio é marcado pelo movimento Maio Laranja, que visa conscientizar a sociedade sobre o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
É um período de mobilização, mas a realidade enfrentada diariamente pelos Conselhos Tutelares exige atenção contínua. Durante participação na sessão desta quarta-feira (28), o presidente da Associação dos Conselheiros Tutelares, Adriano Ferreira Vargas, abordou sobre o tema.

Na tribuna, ele destacou que 435 conselheiros atuam diariamente em silêncio no enfrentamento de uma dura realidade: Mato Grosso do Sul lidera o ranking nacional de violência contra crianças e adolescentes, de acordo com o Anuário da Violência. Para Vargas, um dos maiores desafios é a subnotificação dos casos — muitos abusos não chegam ao conhecimento das autoridades.
“É preciso estrutura e integração entre diversos setores. A polícia, para investigações rápidas e eficazes. A saúde, para atendimento médico e psicológico especializado. A educação, para identificação precoce de sinais de abuso. A assistência social, para o acolhimento e suporte às vítimas e famílias. O combate à violência não pode se restringir a campanhas em datas específicas. É necessário um compromisso permanente de toda a sociedade, com apoio de todos os Poderes, garantindo que a justiça seja feita e os direitos das crianças e adolescentes, assegurados”, disse Vargas.
Lidio Lopes (Sem Partido) informou que a União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) lançou a Frente Interestadual de Mobilização Nacional Pró-Criança e Adolescentes (Fecriança). “Uma importante iniciativa, destinada a promover a conscientização e o debate sobre a importância de políticas de proteção e ações concretas no combate à exploração e ao abuso sexual de crianças e adolescentes”, destacou.
Pedrossian Neto (PSD) ressaltou a urgência de a sociedade despertar para a gravidade da violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes. Segundo ele, para que essa conscientização aconteça, é fundamental investir em educação e campanhas permanentes, que informem famílias, escolas e comunidades, especialmente no interior do Estado, sobre os sinais de abuso e formas de prevenção.