agronegócio
DATAGRO projeta 20º ano consecutivo de lucratividade bruta positiva para a soja em 2025/26

Mesmo com custos elevados e preços pressionados, levantamento preliminar indica que produtores brasileiros devem manter margens favoráveis na safra de soja 2025/26.
Segundo o levantamento mais recente da DATAGRO Grãos, a soja brasileira deve registrar, em 2025/26, lucratividade bruta positiva na maior parte do país, pelo 20º ano consecutivo. Apesar de resultado inferior ao observado na safra 2024/25, a combinação entre produtividade, custos de produção e receita esperada deve sustentar margens relativamente favoráveis para os produtores.
Custos de produção em alta
O estudo aponta forte elevação dos custos, especialmente em estados como Mato Grosso, Paraná e Goiás, após dois anos consecutivos de retração. Entre os fatores de pressão estão o aumento nos gastos com insumos — sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas — e a valorização do dólar, que encareceu compras externas.
Produtividade tende a sustentar margens
As estimativas preliminares indicam que a produtividade deve permanecer em níveis satisfatórios, impulsionada pelo uso regular de tecnologia e por condições climáticas relativamente estáveis, mesmo diante da possibilidade de um La Niña fraco.
Destacam-se recuperações no Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, regiões que sofreram com seca na safra anterior. Nos demais estados, espera-se leve queda na produtividade, porém ainda acima da média histórica, permitindo alguma diluição dos custos elevados por hectare.
Preços da soja pressionados limitam receita
A DATAGRO projeta que os preços da oleaginosa em 2025/26 devam se manter abaixo dos níveis de 2024/25, impactados por safras volumosas nos EUA e no Brasil, levando o mercado global a registrar seu quarto superávit consecutivo. Essa pressão limita os resultados brutos dos produtores, mesmo com boa produtividade.
Margens brutas estimadas por região
Em caráter preliminar, a DATAGRO estima os seguintes percentuais de lucratividade bruta:
- Oeste do Paraná: 46% (vs. 47% em 2024/25)
- Sul do Mato Grosso: 17% (vs. 29% em 2024/25)
- Sudoeste de Goiás: 25% (vs. 46% em 2024/25)
- Norte do Rio Grande do Sul: 25% (vs. -7% em 2024/25)
- Sul do Mato Grosso do Sul: 21% (vs. 13% em 2024/25)
Apesar da queda em algumas regiões tradicionais, a tendência de lucratividade positiva se mantém na maior parte do país, consolidando a soja como uma cultura economicamente viável para os produtores brasileiros.