Política
Vice-Presidente da CPI das Bets, Senador Alessandro Vieira, pede que PGR investigue denúncias de extorsões na Comissão
Parentes do lobista Sílvio de Assis, que está sendo acusado de tentar extorquir empresários, são lotados no gabinete da Senadora Soraya Thronicke (Podemos/MS), relatora da Comissão
“Os potenciais fatos relatados, em razão de sua inequívoca gravidade, merecem uma investigação imediata por parte desta PGR, de sorte que, caso confirmados, sejam adotadas as providências necessárias para a responsabilização dos agentes – públicos e privados – supostamente envolvidos.”
O trecho acima faz parte de uma representação protocolada nesta segunda-feira (16) na Procuradoria Geral da República (PGR) pelo vice-presidente da CPI das Bets, senador Alessandro Vieira (MDB/SE), que foi delegado da Polícia Civil por 17 anos, pedindo investigações sobre suspeitas da existência de um suposto esquema de extorsão a empresários do ramo de apostas que estão relacionados pela Comissão.
Assim o caso vai escalando dentro da própria CPI, cujas investigações foram colocadas sob suspeita a partir dos relatos do senador Ciro Nogueira (PSD) ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, indicando que o lobista Silvio de Assis teria pedido R$ 40 milhões a um empresário para evitar que ele fosse convocado a depor na CPI – existiria até mesmo uma gravação do empresário reproduzindo o momento em que estaria sendo extorquido pelo lobista.
A acusação de extorsão envolveu alegações de que Assis teria influência sobre certos membros da comissão e que poderia manipular os depoimentos de empresários do setor.
A relatora da CPI, Soraya Thronicke (Podemos/MS), negou qualquer vínculo com o lobista e reagiu com indignação às acusações de extorsão. No entanto, parentes de Sílvio Assis são lotados no gabinete da Senadora, como a irmã do lobista, Sandra Barbosa de Assis e o genro dele, David Vinicius Orue de Oliveira.
Essa proximidade da Senadora com o lobista Sílvio de Assis envolve mais ainda a CPI em uma atmosfera de desconfiança e de falta de credibilidade.
Na representação, o vice-presidente da Comissão sustenta que, se a investigação confirmar as acusações, os agentes privados envolvidos no esquema poderão responder pelo crime de extorsão “Exigir pagamento de quantias vultosas para evitar que empresários sejam convocados a prestar depoimento em CPI é conduta apta a configurar aludido crime”, anotou. E, no caso de entes públicos (políticos), estes poderão responder também pelos crimes de extorsão e cometimento de improbidade administrativa.
Cancelamento da CPI
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG) vem sinalizando que vai atuar para encerrar a CPI das Bets antes do prazo estipulado, que seria até abril de 2025. A informação vem circulando entre integrantes da Comissão desde sexta-feira (13) e fontes muito próximas ao Presidente Pacheco, confirmaram que ele está mesmo disposto a trabalhar para encerrar a CPI antes do prazo.
A última reunião da CPI, antes do recesso parlamentar, está agendada para esta terça-feira (17) às 11h, para ouvir o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, Carlos Manuel Baigorri. Durante a reunião está prevista a apreciação e votação de 16 requerimentos de autoria dos membros do colegiado.
Após o recesso parlamentar, os trabalhos do colegiado seriam retomados na segunda semana de fevereiro. A CPI teria então nove semanas úteis para o prazo final de funcionamento, que será no dia 30 de abril para entrega final do relatório. Com as denúncias de extorsões que envolvem a CPI será muito difícil prorrogar as investigações por mais 120 dias.
**Com informações de Veja e Assessoria Parlamentar