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04 de Dezembro de 2024

Empreendedorismo

Certificação é diferencial competitivo para quem quer empreender no Turismo de Aventura

No Brasil, apenas 21 empresas de ecoturismo são certificadas pela ABNT NBR ISO 21101, norma que estabelece os requisitos de um sistema de gestão da segurança para prestadores de serviços de atividades de turismo de aventura. Uma delas está localizada em Lençóis, na Chapada Diamantina (BA). A Nas Alturas, liderada por Vanessa Almeida, é uma agência referência em Turismo de Aventura, com foco em segurança, qualidade e sustentabilidade.

“A certificação, pra mim, é o meu cartãozinho”, diz a empreendedora que compartilhou sua experiência nesta sexta-feira (27), no talk “Certificação no Turismo de Aventura: sinta essa experiência”, que integrou a programação da 51ª Abav Expo. O painel foi coordenado pelo secretário de Normalização do Turismo de Aventura na ABNT, Leonardo Persi, coordenador de Natureza e Segmentos Especiais da Embratur.

A empresa existe desde 2005, mas ela avalia o ano de 2010 como um marco. Foi quando Vanessa teve acesso pela primeira vez à certificação. Tendo como norte posicionar a Chapada Diamantina como um destino seguro, a empreendedora diz que era tudo o que ela precisava para ter a empresa que ela queria.

“Era minha intenção pessoal, mas envolver todo mundo e fazer todo mundo acreditar que aquilo teria um resultado, levou um tempo. Até hoje, às vezes, principalmente com os guias novos, ainda preciso ficar lá na cabeça, fazer um trabalhinho e mostrar a importância dessas regras”, comenta.

A empresária conta que sente tristeza ao ver que, em 2009 o Brasil tinha 109 empresas certificadas e hoje, em 2024, apenas 21. “Temos potência, produto, empresário, norma para todos os tipos de atividade, só falta a gente abraçar”, afirma.

“Na minha empresa hoje quero ter certificação de qualidade e de sustentabilidade”, compartilha, pleiteando apoio do Sebrae para conseguir essas outras certificações. “É um caminho sem volta: quando a gente começa e vê os benefícios é muito difícil uma empresa desistir”, conclui.

Historicamente, o Sebrae atua na temática, porque entende a importância da segurança do turismo. Nesse contexto, lançou o programa Aventura Natural, cujo objetivo é fortalecer a segurança das pessoas nas atividades turísticas ao ar livre. Nesse sentido, oferece consultorias para os pequenos negócios implementarem as normas brasileiras da ABNT e internacionais da ISSO, que englobam o sistema de gestão da segurança.

“Temos a possibilidade de subsidiar também essa certificação. Então, basta procurar uma unidade de atendimento do Sebrae e manifestar o interesse”, lembrou o gestor do Polo Sebrae de Ecoturismo Telcio Barboza.

Segurança e sustentabilidade

A operação de uma atividade segura é um ponto crucial no turismo de aventura, mas é necessário expandir esse entendimento para uma reflexão mais ampla. Para o diretor da Sextante, Alexandre Eliasquevitch, segurança é, na verdade, uma parte fundamental da sustentabilidade.

“A gente precisa incorporar na agenda de aventura a sustentabilidade, as suas práticas ambientais, sociais. Nós temos, inclusive, uma norma ISO para esse tema”, afirma. A norma a que ele se refere é a ISO 20611 (lançada em 2016), que apresenta um guia detalhado de boas práticas de sustentabilidade para atividades de turismo de aventura.

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